12 de fev. de 2011

NSP Cap 43 Isso é agora! O Mundo novo.

Faz tempo que não escrevo! Tive que reler alguns capítulos. Kkkkkkkkk.  Perdi-me na minha própria historia, tanto tempo fazia que aqui não me confesso. Relendo os capítulos para continuar vi que na verdade perdi em muito a vontade de contar detalhes que me parecem muito tristes. Pensei então em dar um salto no tempo e ao mesmo tempo durante o decorrer da narrativa ir contando história que dão sentido ao momento atual.
Me perdoem se parece preguiça de minha parte! Mas vendo onde parei e onde estou. Pensando em tudo que se passou no mundo em que vivemos, me pareceu tão pouco importante o que teria para contar! Por isso vou por vocês a par do que mudou e ao mesmo tempo peço que me perguntem o que eu deixo no ar sem respostas devido ao esquecimento.
Atualizando vocês. Minha mamma querida é morta vitima de câncer generalizado. Sofri como um cão danado. Mia mamma era minha referencia feminina no mundo. A única mulher da minha família nuclear, a única da minha nova família que construí em Salvador formada por homens. Eu, o Cado, o Lipo, o Rick e o Léo. Lógico que tenho em grande conta minha mainha baiana, a Estelita, mas no fundo sei que ela tem a família dela e eu sou um grande e querido amigo. Essa perda me levou a constatação que passei a vida inteira cuidando dos meus babbos e de mio fratellino. Tudo que passei e fiz foi em primeira e ultima instancia por eles. Não nego que sou ambicioso, gosto de trabalhar e como resultado disso tenho uma vida de sucesso nos negócios. Não nego a sorte que tive em amar o Cado, um homem rico e principalmente por ele ser amado. Mas do fundo de mio cuore sei que teria sucesso mais cedo ou mais tarde com meu trabalho. Mas com a falta da mamma eu me senti de certa forma livre. Resolvi que era hora de cuidar de mim em primeiro lugar. Consegui transformar em realidade sonhos de uma vida. Formei mio fratello e ele estava em rumos de se dar bem também sentimentalmente. O babbo não nos seguiria ao Brasil, ama sua terra e disse ser impensável da parte dele deixar a mamma solla em terra italiana. Ela ficaria pra sempre na Itália e ele um dia seria enterrado ao seu lado. Ficaria em nostra terra cuidando do sitio e esperando sua hora de juntar-se a sua amada.
 Passei sérios atritos com mio babbo que perdido em seu medo da falta da companheira de uma vida resolveu simplesmente comer toda a vizinhança. Daí dá para sacar de onde eu e o Lipo tiramos todo fogo nosso!
Minha relação com o Cado, meu amado, meu amigo, companheiro, meu homem! Continua sendo meu sustentáculo de sempre. Fiel e sempre presente e paciente com minhas escapadas que hoje julgo ser um caso de auto-afirmação constante necessário ao meu ego gigante e minha devassidão inerente.
O Lipo depois de muitas idas e vindas resolveu assumir seu amor pelo Léo. Desistiu do esdrúxulo casamento com a tal da patricinha comedora de porra. Hoje está fazendo curso de MBA junto ao Léo. Os dois moram em New York e passarão por lá os próximos dois anos.
Por tudo isso eu penso que finalmente chegou a hora de cuidar apenas do Matteo. De ser eu o impulso necessário a minha vida. Agora eu devo somente a mim mesmo a causa e as conseqüências de meus atos. Conversei longamente com o Cado sobre meus novos rumos. Pra onde ir, que caminho seguir? Resolvi ficar por mais tempo na Europa, criaria novos sonhos pra mim mesmo. Ali ficaria para dirigir a sucursal exterior de nossa empresa. Outros planos tenho para o futuro e sei que com planejamento e minha costumeira audácia conseguirei. Dois deles estão em vias de concretizar. Seriam os primeiros! O Numero um, fazer uma grande viagem pela Asia, coisa que estou fazendo exatamente neste momento. O outro seria a realização suprema de criar um filho, ter um pedaço de Matteo solto no mundo espalhando meus genes, me continuando e me tornando eterno. Isso é coisa para mais planejamento. No momento sou o cara mais egoísta do mundo. Me dei o direito de pensar em mim e só em mim por enquanto.
De certa forma tenho a segurança de ter meu amor sempre junto  mim. O Cado foi, é e será o cara de minha vida, sei que poderei contar com ele sempre. Sei que a cada espaço em nossas agendas estaremos juntos.  E assim estamos realmente.
No ultimo capitulo que postei estava em preparativos para o embarque para as férias na Toscana. Mais uma vez iríamos para a Villa familiar do Cado, tentar continuar a interminável reforma e ter alguns momentos idílicos para junto ao meu amor poder ter momentos apenas nossos. Nos os tivemos, e voltando a Salvador tive que ir as pressas para Itália de volta devido ao estado da mamma que se agravou sobremaneira.  Essa última viagem me fez tomar a decisão de ficar por um tempo indeterminado em Napoli. Com o crescimento dos negócios da firma em Angola e na Germânia, fiquei sendo o responsável por esta parte da empresa. Os problemas de família me levaram a suposição de que seria impossível me manter na Europa sem uma ocupação que pusesse termo as minhas neuroses, ocupando meu tempo em viagens de negócios.
Nessa temporada,meses finais do ano de 2010 o hemisfério norte entra numa crise de valores que lembrava em muito o que eu sabia da década de 60 do século passado. Irlanda, Inglaterra, França, Germania, Grécia e até o calmo e rico Japão assistem a sua população ir as ruas gritando por direitos civis alcançados a base de muitas lutas e de um sistema econômico que mostra estar em colapso. Espanha e Portugal, outrora donas do planeta se vêm na mais grave crise de trabalho dos últimos duzentos anos. Enfim a Europa com o fim da grave crise econômica de 2008 percebe que está perdida e afundada em dividas que não mais poderão ser sustentadas pelo chamado terceiro mundo. Países emergentes e poderosos como Índia, China, Rússia e Brasil se dão conta que não foram abalados pela crise provocada pelo sistema insano de consumo  dos americanos do norte. Começam a mostrar que devem ser ouvidos e respeitados.
Eu viajava por estes países vendo estupefato o sistema que eu sempre soube ser decadente e que no intimo de meus pensamentos sempre me perguntava até quando podia durar o estado de coisas da forma em que estavam. Como poderiam países que vêm sua população envelhecer manter como seguro e certo o atual estado de bem estar do povo. Quem pagaria a conta que uma hora se mostraria insustentável? E tranqüilo e observador eu assisto ainda hoje o sistema entrar num colapso sem volta. O mundo está mudando! A África mesmo com alguns países vivendo na pré historia da economia moderna procurará seu lugar na sombra das benfeitorias que ajudou o mundo a alcançar. A America do Sul tendo como país capitão o gigante Brasil sairá da sua pasmaceira criada enquanto sustentava ditadores e caudilhos e abastecia o mundo com mão de obra barata e matéria prima roubada de seus campos e florestas. A Ásia sendo berço e lar da maioria da população do planeta exigirá mais que alguns centavos de dólar pela imensa força produtora e consumidora que se forma após anos de isolamento.
Numa dessas viagens, desta vez a Espanha para fechamento de um contrato fui a Barcelona centro principal da Catalunha, terra do Deus Gaudí e das famosas ramblas cheias de turista em busca da Barcelona que viram num pôster na agencia de turismo.  Lá depois de dois de trabalho com carga horária de 14 horas dia, resolvi na ultima noite visitar o celebre restaurante El Bulli do famosíssimo chef de cuisine Ferran Adrià. Convidei uma amiga que estava modelando para um designer de moda local. Sabia que me irritaria com a vaca pedindo alface ou outras folhas na tentativa de manter sua forma esquelética . Mas a sujeita é linda e me lembrava que era razoável na cama. De qualquer forma não queria ir ao famoso point sem uma companhia no mínimo vistosa, sendo que modéstia a parte, já que eu nunca fui mesmo modesto, eu estava de arrasar quarteirão naquela noite!
Estava eu na espera do terceiro do prato e a vaquinha linda e muitíssimo bem vestida ainda na metade da caríssima alface que tinha pedido quando eu percebo um deus, ou melhor, um puta de um  DEUS loiro na mesa ao lado.Minha amiga o cumprimenta e á amiga dele também. Disfarço alguns minutos e pergunto a minha companheira de quem se tratava. Ela me responde ser um famoso modelo americano que estava de passagem fazendo um catalogo para uma grife famosa. Dei um jeito de entupir de vinho a modelete que logo se mostrou mulher e pediu licença para ir ao toillet. A amiga dela que acompanhava o loirão fez o mesmo. Ele me olha sorrindo e fala num acentuado espanhol.
-Mujeres!
Eu retribuo o sorriso e respondo em inglês.
- Vão sempre juntas! Aposto que falarão de nós.
Ele fala.
-A sua também só come folhas?
Respondo.
-Uma ou duas. Ou pode ter uma seria congestão!
Rimos de nossa maldade para com as meninas e eu tentando puxar assunto e vendo seu físico atlético  pergunto se esta cidade para pratica de algum esporte.
-Não! Também sou modelo, mas sou fã fiel e ex jogador de football.   Responde ele.
-Eu sou sempre disputado ou temido para jogar o football devido ao meu tamanho, mas gosto muito. Sigo o superball pela TV sempre que possível. No meu país gosto de jogar  beach volley, o qual temos como serio rivais vocês norte americanos.
-De onde vens?
-Brasil.
-Me pareceu italiano ou ao menos espanhol do sul.
-Descendência mediterrânea. Sou napolitano brasileiro.
-Seu país é famoso pelas belas praias. Com certeza é melhor praticar esportes que nos deixem perto delas.
Sorri do clichê que ele disse, falando.
-Praia,mulheres, carnaval,  soccer e Pelé!
Ele sorriu de volta mostrando um semblante avassalador.
-Sei que é clech6e. mas poucos países têm clichês tão bons.
Me rendi.
-É verdade! Enfim alguém me dá uma resposta merecida e lisonjeira.
Levantei e fui apertar-lhe a mão para me apresentar formalmente.
Quando as mulheres chegaram estávamos como dois garotos falando sobre esportes e sorrindo contando nossas perdas  e vitórias em esportes variados. Enfim, conversa de homem. Falávamos como se estivéssemos num boteco tomando cerveja e fossemos amigos delonga data. Esquecemos deselegantemente das mulheres que falavam sem parar em desfiles e fotógrafos famosos. Eu estava completamente encantando com o loirão que se mostrava completamente hetero, de uma masculinidade cônscia e tranqüila
. E quanto mais hetero se mostrava mais eu curtia aquele homenzarrão loiro de claros olhos azuis e braços poderosos. Enquanto falava e sustentava o olhar sincero eu me imaginava atracado com ele numa cama, onde nossas peles de tons contrários e nossos músculos volumosos se misturavam de forma sensual. Pensava o quão delicioso seria transformar aqueles cabelos encaracolados de tons amarelos em rédeas que me dessem o controle e o poder sobre seu lombo branquíssimo.
Acabado o jantar já pela madruga fomos a uma danceteria bastante popular em Barcelona, “Pacha” lar da House Music catalã, cheia de gente jovem e bela procurando diversão e diversão pelo simples fato de existir. Noite deliciosa, mas sem sexo. O máximo que consegui foi um convite para um treino na academia onde ele estava freqüentando. Mas não foi de todo perdida a emboscada. Na academia trocamos endereços em Londres e New York. Havíamos ficado amigos ou ao menos, bons colegas. Sabia que seria difícil, e isso me deixava doidim de tesão. Tem alguma melhor que pôr um hetero no caminho do bem?
Voltei para Itália com uma passada por Roma. Começo de inverno. Hora de fazer comprinhas e renovar o guarda roupa. Porra! Posso ser macho, mas sou gay também! Já viram algum gay que resiste a compras numa avenida badalada? Pô galera tem hora que tem que por a bichinha que mora em nós respirar e ser livre um pouco. Kkkkkkkkkkkkkk. Aterrissei em Fiumicino e fui todo feliz para Via Condotti seguindo o rastro dos últimos lançamentos da Hermegildo Zegna, minha marca fetiche. Quer comer um Deus? Use uma cueca da ultima coleção de Zegna. Não tem quem resista a um corpão com uma Zegna desenhando um belo pacote no meio das coxas. Os fashionistas podem se perguntar por que não Milano? Eu respondo. Milano e sua Galeria Vittorio Emanuelle estão longe de ter o charme burlesco da Via Condotti. Aliás os Milaneses que me perdoem mas eles são chatos e sérios demais, nortista demais. Nada como curtir o fresco inverno romano tomando um gelato altíssimo a beira de despencar e ver as belas vitrines da Via Condotti sob o sol frio de outono em suas ruas de paralelepípedo irregular e passeio pequenino. Paquerar os guris e meninas metidos a besta que passam frenéticos e animados correndo para a Piazza Spagna cheia de turistas.
Fiquei duas semanas em Napoli e segui para Luanda onde fechei um importante contrato da construção de um shopping para a nova capital que se reerguia corajosa.
Bem amigos! Como faz muito tempo que não escrevo para vocês, espero que me façam perguntas e questionem se deixei algo passar. Tentarei seguir a de onde estou, prometo que voltarei a postar ao menos uma vez por semana.  Para os que me seguem no Kut ou me tem como contato no MSN, me perdoe a ausência. Neste momento estou na Asia. Escrevo esta carta de um trem indo para o norte da África. As coisas por lá estão fervendo! Sigo o caminho contrario de milhares de estrangeiros que deixam países que estão em turbulentos momentos de sua historia. Não sei o cazzo me arrisco a ir contra a maré! Mas tenho uma vontade gigante de participar, de ver a historia sendo feita por esses povos. Apenas me vem à cabeça que quero ver o futuro nascer. Quero saber e sentir a revolução que os árabes estão fazendo com sua cultura. De onde estou é impressionante ver como a sede de liberdade é uma condição básica humana, tanto como respirar. Nem religiões, ditadores ou séculos de cultura de aceitação são capazes de domar este espírito faminto que habita a alma humana. De onde estou vejo que uma cultura milenar de arte impressionantemente sensível e bela não é bastante para este monstro de liberdade que cultivamos em nosso intimo. Talvez só amar a Deus não baste, talvez seja preciso que escolhamos nosso Deus. Talvez só arte não baste, talvez seja preciso que escolhamos como representá-la. Talvez ser rico ou pobre não baste. Talvez os Titãs tenham achado a resposta quando disseram numa musica que a gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte. Talvez isso seja a essência de quem somos. Somos Deuses. Somos grão de areia. Mas somos grão de areia com vocação para Deuses.

4 comentários:

  1. CA RA LEO!!!

    Voltou com força total, renovaçoes, revoluçoes... ta bonito. Fica dificil comentar como se fosse novidade pra mim, tendo em vista q meio q acompanhei essa mudança ai, mas nao deixo de ficar impressionado com essa fase da tua vida. Eu to doooooooido pra saber os detalhes dessa historia com o Lorão la. Qnt ao "Matteozito"... eu vou arrumar uma fofinha reprodutora ai pro meu guri vir ao mundo. Dps a gnt deixa esses dois juntos pra ver oq dá, hahahaha. Imagina o estrago véi. Enfim...

    Esperando mais e mais Teo. Bjao Grande.

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  2. HAAAAAA adorei que voltou a postar o NPSP
    comecei a ler semana passada e agora ja estou nos capítulos atuais.
    Ja estava pensando em ir no escritório da construtora te procurar rsrs
    Abracao!

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  3. ate que enfim, nos deu seu brilho novamente
    sentimos muito sua falta, seu sumiço...
    que bom que esta bem, e voltando aos velhos admiradores.

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  4. Caramba, véio, fiquei um tempão sem vir aqui e já postaste isto tudo? tenho que correr pra me atualizar. hehe

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