Editorial






Viva o Rio!

Tenho acompanhado com imensa tristeza os últimos acontecimentos na linda Cidade do Rio de Janeiro. Cidade esta razão de orgulho para todos os brasileiros por sua beleza exuberante, seu povo alegre e encantador. Rio de Janeiro que serve de porta de entrada para os turistas que visitam nosso país. Também serve de porta de entrada para todos os nossos males.
Com tristeza nesses últimos dias vi pela internet, carros sendo incendiados, cidade em pânico!
Mas desta vez o povo do Rio e seus habitantes acham que chegaram num ponto limite. Desta vez ou debelamos o poder dos traficantes, antigos reis da cidade maravilhosa ou tomamos ela de volta para nós.
Feliz vi pelas entrevistas que o povo do Rio resolveu apoiar a policia e de novo acreditar que é possível ter uma cidade que respeite minimamente os direitos de seus moradores. Soube pelos repórteres que os centros de disque denuncia estão recebendo informações como nunca! Soube que policiais, eles também vitimas dessa desenfreada violência se apresentam desistindo de folgas e férias para juntos lutar com seus parceiros por uma cidade melhor.
 Assisti pela net o cerco ao ultimo refugio dos bandidos que por anos acuaram a cidade e fizeram o alegre e belo povo carioca sofrer agruras atrozes.
Talvez isso não seja o fim dos pesadelos, mas é o começo do fim se assim quiserem as autoridades competentes.
Com tudo isso tenho medo de como pode isso terminar. Será que os infames apenas não trocarão de lugar? Será que os vilões não debandarão para o outro lado da Baia ou mesmo para suas cidades limítrofes? Bem resta esperar e ver o que acontece. Mas já estou orgulhoso de ver que uma solução pode ser possível.
Me envergonha ainda os ataques homofóbicos na mais gay friendly das cidades brasileiras. Eu tinha cantado essa bola durante as campanhas de eleição presidencial. Na busca escrota por votos dos conservadores foram os próprios candidatos que deram vazão as razões indigestas daqueles que acham que são os donos da razão e podem livremente espalhar conceitos que denigrem o ser humano e podam opções e escolhas. Se é que podemos chamar de escolha as diretivas sexuais que nos são impostas pela natureza.
Que o resto do país siga o exemplo carioca e se levante contra a violência e o terror, que siga seu exemplo em passeatas e piquetes que repudiam os preconceitos.
Meu coração está com os cariocas! Torço que através deles meu país tome jeito e se dê conta que só nós mesmos podemos e devemos nos rebelar contra este estado de coisas.
E que o Brasil seja uma vitrine do belo e da harmonia entre raças, credos e costumes. Que o mundo se espelhe em nossa sociedade em sua imensa maioria amigável e afável as diferenças.
Viva o Rio! Que ele encontre a paz merecida para seu povo sambante (?) e risonho, de uma simpatia impar. Que esse novo governo gerido pela força feminina nos traga o futuro esperado. Um dia a miséria será apenas uma triste lembrança. Um dia teremos o respeito de nossos governos e poderemos ter o mínimo de confiança naquele que votamos.
Temos nossos defeitos como nação. Podemos e devemos mostrar ao mundo que não somos apenas uma nação de felizes carnavalescos. Afinal somos o resumo da humanidade. Em nosso país conseguimos viver felizes com as diferenças. Devemos mostrar ao mundo que respeitamos nossos valores e vivendo nossas idiossincrasias chegaremos a um futuro sem igual e muito melhor que jamais sonhamos.


Depende de nós!

Acabamos de escolher o Presidente da República do Pais. Meu povo, minha nação escolheu uma mulher para dirigir nossos destinos pelos próximos 4 anos.
Acordei cedo em Roma.  Quando o Brasil ainda dormia estava eu no belo Palazzo Pamphili, na Piazza Navona , sede da Embaixada brasileira na Italia
Penso que devemos aproveitar este momento histórico de ter a primeira mulher Presidente da Republica e ajudar com nosso trabalho e olhar severo sobre suas ações.
Não sou muito de acreditar que mulheres podem fazer um mundo melhor. Quando me dizem isso lembro sempre que o mundo antes já foi governado por uma e nada mudou de verdade. A Poderosa Rainha Vitória da Grã Bretanha e Irlanda do Norte, Imperatriz da Índia, reinava num imenso império onde o sol jamais se punha. Ao mesmo tempo acho que devamos acreditar num equilíbrio energético. Macho e Fêmea percebem o mundo de forma diferente.
Muito mais que isso, muito mais que quem quer que seja que esteja no poder. Vamos correr para melhorar a vida de nosso povo. Exigir seriamente que seja feito um trabalho sério. Exigir que tenhamos todos oportunidades iguais, que nossos abismos sociais não sejam tão vergonhosos. Exigir, escolas e boa moradia, um posto de saúde que funcione em nosso bairro, um modulo policial que nessa seja metralhado a mercê de bandidos, uma vaga em escola pública com ensino de boa qualidade.
Sinceramente não gostei dos últimos discursos de nenhum dos dois candidatos, preocupados em angariar votos de ultima hora.  Sonhava com candidatos que defendessem a educação e um pacto social justo que nos unisse a todos em torno de um sério compromisso. Gostaria de escolas em que professores fossem respeitados como mestres e que esses mestres tivessem uma vida digna.
Entre os países emergentes do mundo de hoje somos o que tem potencial maior de crescimento mais rápido. Não temos a super população chinesa e seus desertos imensos. Somos mais modernos que a Rússia e não temos nossos campos cobertos por neve na maior parte do ano. Não temos a absurda disparidade da Índia e sua população gigante e de mente extremamente conservadora e fatalista. Temos o numero certo de pessoas trabalhadoras, de campos para plantar de empresários dispostos a investir, de culturas convivendo pacificamente e amando o lugar que vive. Somos o futuro do mundo, vamos aproveitar melhor nossas riquezas imensas, nosso povo trabalhador como poucos, nossa diversidade e alegria  para fazer uma nação onde não vejamos crianças pedindo esmolas em sinais, pessoas morrendo em portas de hospitais, gente morando em casas de papelão. Vamos pensar que para nós estarmos seguros, nossos irmãos de pátria também devem estar bem. Paremos de acreditar que seremos felizes morando engaiolados em condomínios fechados e passeando em carros blindados.
Que o governo faça a parte dele gerindo com o mínimo de seriedade recursos que são de todos. Que invista em infra-estrutura para melhor transitar e escoar nossas riquezas. Que invista em Educação, pois ela é a semente que gera o maior dos círculos virtuosos. Pois uma pessoa bem educada tem uma saúde melhor,  consegue um trabalho melhor, e sabe votar melhor.
Sempre que penso nisso lembro o exemplo da Coréia do Sul, que assim que separada de sua metade norte resolveu investir maciçamente em educação. Hoje é mais que visível a diferença  de sua irmã do norte que afunda sob a tutela de um louco que vive ameaçando o planeta inteiro com um guerra nuclear.


Uma revolução Urgente!

Viajo pelo mundo a trabalho ou passeio, em todas estas viagens sigo meu modo contemplativo, observo com certa distancia as pessoas e o ambiente que elas criam a sua volta. Algo como um habitat artificial, às vezes mais respirável que a dura realidade de suas vidas. É assim que aprendo, que tiro minhas conclusões, que resolvo questões e duvidas em minha cabeça. Vejo questões de ângulos que às vezes são surpreendentes a mim mesmo. Isso me ajudou a ser um bom executivo. A ser melhor pessoa para com os que me cercam.
Uma coisa que tenho notado em todos os lugares que vou é a apatia das pessoas, a conformidade com certos valores que não são mais cabíveis ou sustentáveis no mundo de hoje. Estamos apegados a valores ultrapassados, acostumados ao cenário que criamos para nós mesmos. Às vezes o vemos balançar ou tremer nas bases e mesmo assim tentamos mantê-lo. Vamos a alguns exemplos.
Precisamos urgentemente mudar nosso modo de vida e a forma como tratamos o planeta, daqui a poucas décadas ele será insustentável para nos manter da forma que estamos acostumados. Cientistas prevêem que a acidez marítima resultante do carbono que lançamos na atmosfera resultará na morte dos oceanos. Ou seja, perderemos nossa grande fonte de alimento, o respiradouro natural do planeta. Enquanto isso aumentamos a produção de petróleo, o numero de queimadas e o rebanho destinado à alimentação (isso sabendo que o carbono produzido pelas queimadas aumentam a acidez dos mares e os gases expelidos, isso mesmo os peidos das vacas! por imensos rebanhos aumentam sobremaneira a quantidade de carbono na atmosfera).
O Povo europeu teme qualquer mudança no seu estado de bem estar. Sabe-se que é insustentável devido ao envelhecimento da população manter a previdência do jeito que vai. Mesmo assim franceses, Ingleses e outros mais preferem brigar, entrar em greve e quebrar cidades com violência para manter um estado de coisas que qualquer anão mental percebe que não vai muito longe.
Os Estados Unidos da América passam uma crise de identidade que pode levá-lo a perdas irreparáveis. Demoram a perceber que precisam urgentemente mudar sua economia baseada em um consumo insano e desenfreado. Precisam começar a produzir, não só vender e comprar. Precisam aceitar estrangeiros que renovem sua caríssima mão de obra, não só isso que tragam novas ideais, que lhe renovem o ‘americam dream’. Demoram a perceber que foi isso que os fizeram grandes.  Ao mesmo tempo gastam trilhões tentando impor seu modo de vida ao resto do planeta. Por exemplo, tentam impor a democracia a países árabes. E árabe gosta de porra de democracia? Deixa eles viverem como eles querem! Uma pena que alguns países se iludam pensando que podem imitar o modo de vida deles, sem perceber que vão precisar de mais gente pra produzir mais merda pra consumir.
Países da África continuam em insanas guerras fratricidas ou tribais, para ter o poder do acesso ao dinheiro gerado pela venda de suas riquezas.
O Oriente médio se mata e se destrói vivendo numa guerra de terror por causas que julgam santas. Uma coisa medieval para ser lisonjeiro.
A religião católica, líder de um bilhão de almas diz ser pecado o uso da camisinha, único método eficaz para evitar doenças gravíssimas e acessível para quem deseja evitar uma gravidez não programada, e dizem ser pecado mortal o tal do aborto. Ou seja, criaremos mais pessoas num mundo já praticamente insustentável. Os mulçumanos líderes de outro bilhão de almas tentam usar de sua riqueza energética para chantagear um mundo já em plena fuga desse meio combustível e repete os meios errados empregados pela antiga igreja romana. Os judeus desejam se proteger a todo custo mesmo que para isso tenha que matar todo o planeta, o mesmo acontece com a sugestão Persa que seria simplesmente exterminar os tais judeus.
Quando vamos perceber que religiões, etnias, riquezas ou misérias não nos tornam imunes ou que fazemos com nosso habitat? Pois a queimada daqui destrói o oceano que sustenta a todos. Os peidos das vacas australianas, argentinas ou brasileiras causam o mesmo mal. Uma bomba atômica dizimando Israel dizimaria todo o Oriente Médio. A quebra de um fabrica da China tira empregos de fabricantes chineses e dos vendedores americanos.
No mundo que vivemos somos irmãos e responsáveis por todos nós queiramos ou não. Um mal causado ou sofrido por um pais muito rico ou muito pobre de alguma forma afeta toda humanidade. Se alguns governos lembrarem-se disso, quem sabe não consigamos arrumar uma solução que nos salvem e salve o planeta para nossos descendentes?
Precisamos mesmo de uma revolução! Mais que de uma revolução social ou tecnológica. Precisamos de uma revolução de valores.


Turismo no Brasil?


Viajo muito. Sempre que falo ser brasileiro, sou bem recebido na Europa, países da Ásia e mesmo na America do Norte. Ouço sempre o refrão Samba, Pelé, Carnaval. Tudo isso acompanhado de um belo sorriso e às vezes uma tentativa de sambar que beira o cômico.  Fora os estereótipos, somos bem vistos. Somos pensados como um povo alegre, que vive de samba, carnaval e bundas imensas. Os mais conectados sabem de nossas mazelas e de nossa atual pujança econômica. Disso tudo me surpreende a pequena indústria de turismo que desenvolvemos e teimamos em manter de forma quase caricatural. Uma pena, pois, somos um belo país com diversidade de culturas e paisagens que pouquíssimos países possuem.
O turismo no Brasil é um setor que sofre fortemente por investimentos internos. Não temos estrutura para receber um grande numero de visitantes. Temos a mania de achar que somos o máximo no Carnaval, de certa forma somos. Em verdade não dispomos de leitos, estradas nem mão de obra qualificada para receber nem o turismo interno.
Analisando números de países como a França, Espanha Estados Unidos e Itália. Pode-se pensar que perdemos por falta de historia, digo de prédios históricos e arte antiga. Nada disso. A própria Austrália quase 300 anos mais nova que nossa pátria, recebe um numero quase cinco vezes maior de turista que todo o nosso país, e saiba que boa parte da Austrália é um grande deserto, fora o custo de uma viagem a Oceania que é algo exorbitante a quase todos os povos. A Austrália tem 20 milhões de habitantes e foi colonizada basicamente por desterrados ingleses. Mesmo assim tomamos uma sova feia deles no quesito turismo. Nós temos diversidade climática, de povos, de cultura, de paisagens, de sotaques, uma gastronomia capaz de deliciar os mais apurados paladares, a maior floresta do Planeta, uma das maiores costa s marítimas do mundo, rios imensos, cânions maravilhosos, desertos de areia branca, a maior planície alagada do mundo, uma diversidade biológica de dar inveja a qualquer floresta do planeta e mesmo assim é risível nosso numero em turismo, uma indústria que chamada hoje de quarto setor ocupa uma posição privilegiada em economias como a americana, européia e da Oceania.  Saibam que a China um país só recentemente aberto ao turismo e com fama de pais fechado ou não totalmente aberto ao capitalismo, tem uma renda advinda do turismo 8 vezes maior que a nossa, ou seja, 40bilhões de dólares em 2009 está em 5° lugar atrás dos Estados Unidos (94 bilhões), Espanha (53,2 bilhões), França (48,7 bilhões), Itália (40,2 bilhões).    E nós estamos felizes com 6 bilhões. Deixamos com isso de criar uma fonte de renda que nos elevaria de modo exponencial na economia mundial, criaríamos milhões de postos de trabalhos e financiaria nossa saída da vergonhosa posição de país imenso de cultura e economia pungente, mas cheios de miséria. Somos uma ilha de belezas cercada de miséria e violência.   
Para o crescimento sério dessa grande indústria é necessário muito mais que hotéis, aeroportos e estradas. Precisamos de educação e mão de obra qualificada. Para se ter uma idéia, todos nós sabemos do mico que somos ao falar espanhol mesmo cercado de países de língua hispana, não sabemos entender nosso maior visitante que são os argentinos. Caralho! Somos abençoados com praias belíssimas e as tratamos como lixo. Uma vergonha um simples passeio de barco pela bela baia da Guanabara. Nem nossas cidades que mais recebem turistas estrangeiros têm o respeito de tratá-los de forma gentil oferecendo placas indicativas nas ruas em ao menos dois idiomas. Os preços de nossas passagens aéreas tornam mais barato viajar a Buenos Aires que conhecer o Nordeste, nossas diárias em hotéis 3 ou 4 estrelas equivalem a bons hotéis europeus sem metade dos serviços destes.  Se um incauto resolve conhecer as belezas do interior do país por ônibus vai se deparar com rodoviárias ridículas e estradas que deixam a mais macia das bundas achatadas e doidas. Isso sem falar na dificuldade para comprar a passagem, já que é praticamente impossível um semi-analfabeto e mal humorado atendente de rodoviária falar espanhol ou inglês. Um passeio ao Corcovado no famoso trenzinho custa a bagatela de R$ 140,00 reais, ou seja, mais caro que um passaporte para o maravilhoso parque da Disney (USD 70,00). Com 50 ou 60 USD é possível ficar num bom hotel turístico em Miami, Orlando ou Tampa. Por este preço no Brasil você ficaria num hotel de centro de cidade e estaria sujeito a roubo, seqüestro e mesmo morte. Ou seja, caros amigos a indústria do turismo precisa de um investimento seriíssimo em educação, infra-estrutura e segurança. Rezo e torço para que sejamos inteligentes e espertos o bastante para usarmos de forma honesta o derrame dinheiro que a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas farão o governo federal despejar e investir sobre as cidades sedes, talvez isso seja um bom começo para tomar o lugar que merecemos nessa indústria fantástica, que não traz somente dinheiro aos nossos bolsos, mas faz que façamos um intercambio em todas as áreas de conhecimento e cultura. Somos um povo sem preconceitos e que recebe bem qualquer estrangeiro, mas, depois do abraço de boas vindas o turista quer mesmo é poder conhecer o lugar de forma segura e confortável, depois dormir numa boa cama pagando o preço justo e não se sentindo extorquido a cada água de coco que bebe.





Barão e Visconde Mauá



Profissão: Comerciante, Industrial, Banqueiro e Politico.
Nome: Irineu Evangelista de Souza
Nascimento: 28 de Dezembro de 1813, Arroio Grande, Rio Grande do Sul
Morte: 21 de Outubro de 1889, Petrópolis, Rio de Janeiro

Primeiro e único barão e Visconde de Mauá, foi o primeiro grande empreendedor brasileiro. Como empresário creio que ainda hoje é um de nossos maiores heróis. Nós brasileiro esquecemos de grandes homens, esquecemos grandes exemplos. Temos o habito no Brasil de duvidar dos ricos e desconfiar da origem de suas grandes fortunas. Por isso resolvi escrever sobre este que para mim é exemplo de trabalho, visão, honestidade e grandeza.
Este homem no auge de sua glória chegava a ser mais rico que o próprio Império Brasileiro. Sua fortuna 1867 montava a 115 mil contos de réis, enquanto o orçamento do Império para aquele ano era de 97 mil contos de réis. Foi um dos maiores visionários nacionais. Algo como 60 bilhões de dólares nos dias de hoje. Coisa para deixar o atual homem mais rico do Brasil Eike Batista chupando o dedo. Sua fortuna seria menos metade da fortuna do Visconde. Na verdade com tamanha fortuna o Sr. Visconde seria hoje o homem mais rico do planeta ultrapassando o Sr. Carlos Slim Helu e seus 53.5 bilhões de dólares.  É ou não é uma cara de se admirar? O Sr. Visconde fez tudo isso durante o Segundo Reinado, causou imenso ciúmes do próprio Imperador e políticos a ele ligados que viam em sua fortuna uma seria ameaça ao vacilante Império.  Numa época onde ainda sofríamos a vergonha da escravidão, ele exortava seus parceiros a valorizar a mão de obra.  Com séculos de antecedência era um globalizador, e um defensor do Mercosul. É Patrono do Ministério do Transporte, foi o construtor da primeira Estrada de Ferro Nacional. Era um liberal econômico e social, defendia a livre iniciativa, a valorização da mão de obra, foi pioneiro na distribuição dos lucros aos empregados, defendia investimento em tecnologia. Mauá foi dono das primeiras multinacionais brasileiras. Com isso tinha profunda influencia na política de nossos vizinhos, principalmente o Uruguai, país em que tinha autorização do governo para expedição do papel-moeda.  Das 10 maiores empresas do país Mauá era dono de 8. Enfim há quase 200 anos atrás este homem defendia o que hoje é amplamente aceito e defendido. Isso tudo numa sociedade rural e escravocrata.
O Sr. Evangelista de Souza ascendeu à riqueza por seus próprios méritos. De vendedor de mercearia e contador à maior Industrial e empresário brasileiro de sua época. O Cara era um visionário. Um feito pra lá de respeitável. Algo comparável hoje ao feito do Sr. José de Alencar, atual vice-presidente da República, que de balconista de loja formou um grande império têxtil, sendo hoje um dos maiores grupos empresariais de Minas Gerais. Falo aqui do empresário José de Alencar e não do homem ou figura política.
O Visconde de Mauá casou-se com sua sobrinha Maria Joaquina Machado, conhecida e por ele chamada de May, com ela teve doze filhos.
Falo dele aqui pela valorização de nossos talentos. Nosso país hoje é a maior economia da América do Sul a terceira nas Américas. E a oitava no mundo. Grande parte desse feito devemos à visão de homens como Mauá que hoje é lembrado apenas como nome de ruas. Sua história é muito pouco conhecida apesar de já ter ganhado as telas do cinema nacional com o ator Paulo Betty vivendo Mauá e Malu Mader no papel de sua amada e fiel May. Além de assistir o filme, quem quiser saber de sua história aconselho pesquisa na Wikipédia ou outros sites e mesmo livros biográficos . Aqui posto um pequeno resumo na esperança de acender a curiosidade de meus leitores.
Infelizmente Mauá sofreu diversos revezes em sua trajetória luminosa.  Foi vitima em alguns casos de conspirações que temiam suas ideias modernas. Afundado em dividas Mauá se retirou do grande cenário Nacional e numa celebre defesa de sua moratória expõe publicamente sua vida. Morreu sem deixar um credor sem pagamento. Ou seja o celebre Visconde só morreu após honrar todas as suas dividas. 





E nossos direitos?


Se ser homem nestes últimos anos da década deste século já é meio complicado, pois ainda estamos nos reposicionando com novos valores e comportamentos, imagina ser homem e gay! Muitos dirão que hoje é mais tranquilo. A sociedade está mais aberta e não admite certas exposições da homofobia. Tudo bem. Concordo. Mas dizer que é fácil, duvido que alguém que está lendo este texto o diga.
Pra quem está de fora, pode parecer que vivemos um mar de rosas, ou melhor, um mar Pink ou rainbow. Não é bem assim, principalmente em países que ainda impõem que paguemos nossos impostos como todos os cidadãos e exigem de nós todos os mesmo deveres, não nos dando os mesmos direitos.  Não temos direito a formar uma família, não temos direito ao casamento e muito poucos conseguem a adoção de uma criança. Não podemos através de nosso trabalho deixar tranquilo via pensão um parceiro de muitos anos, a não ser que este entre na justiça e resolva depender do juízo de um Juiz de direito. O mesmo se dá em questões de herança. Outro problema é o dos assassinatos e perseguições. Todos os dias ao menos um gay morre vitima de crime de ódio e estes crimes quase nunca são solucionados. A sociedade hipocritamente chega a dizer que se um gay foi morto pelo amante ou por levar alguém pra casa, ou mesmo um prostituto, acha que a vitima foi culpada. Será que pensam assim se uma prostituta ou uma namorada mata o amante hetero?
 Os chamados Pitt boys, em minha opinião um bando de bichas recalcadas e covardes que se sentem no direito de ver um gay na rua e atacá-lo, espancá-lo de forma impiedosa. Talvez com raiva da coragem dele. E pensam que isto é coisa de macho!
Coisa engraçada acontece nos países mais civilizados ou modernos. Nos tornamos um nicho de mercado valioso e apenas e exclusivamente por isso somos paparicados. Mas mesmo nesses países é exigido que tenhamos uma postura discreta. Ou seja, bicha boa, é bicha que fica quietinha e sai para comprar aos montes.
Então não nos iludamos, a homofobia é planetária e muito do preconceito vem de nós mesmos que aceitamos coisas ridículas. Entre nós virou moda ser o mais machão possível, o dito afeminado é quase tido hoje como um pária. Um amigo meu numa noite em famosa casa noturna paulista freqüentada basicamente por gays “muderninhos” e endinheirados ouviu do barman após dar um beijo rápido em seu companheiro a cínica frase “Por favor, aqui tentamos evitar este tipo de comportamento” Caralho um restaurante gay!  Mantido por gays!  Um cara não pode beijar outro? Ele bradou mostrando ao barman um casal hetero que se beijava. Qual era a diferença? É fácil então receber nosso dinheiro, mas difícil ver como nos amamos? Será que a igualdade de nosso amor é assim tão afrontosa?
Já fizemos o diabo para sermos respeitados, mas temos ainda um longo caminho pela frente. Devemos por nossa cabeça em ordem e reestruturar nossos valores. Devemos nos respeitar e ter orgulho de quem somos. Não falo em levantar bandeiras e se tornar um ativista, falo em deixar claro que nos amamos como somos.  Respeitar as diferenças entre nós mesmo que  amamos o mesmo sexo. Existem milhares de forma de busca desse prazer. Seria melhor começar a forma como cada um busca tal satisfação.
Se alguns preferem ficar horas numa academia malhando um corpo que o torne másculo o bastante para ser desejado, que tal gastar uma hora ao dia defendendo nossos direitos? Votando em pessoas que nos defendem. Tomando posições políticas não só na hora do voto, mas também quando fizermos nossas escolhas de compra, usando a única coisa mais poderosa que o voto, o nosso suado dinheirinho. Se uma companhia aérea faz uma vitima de preconceito, boicotamos, se uma marca de roupa faz uma publicidade homofóbica, boicotamos, se uma marca de cerveja faz insinuações desconcertantes a nossa sexualidade, boicotamos.  Simples assim. Se nos juntamos aos milhões para fazer a maior passeata gay do planeta não devíamos também fazer piquete em busca de justiça? Vemos filas imensas de homens gays lutando por um convite em um desfile ou festa badalada. Que tal uma porta de delegacia exigindo que se cumpra a lei e puna culpados por crimes de ódio? Que tal num domingo invés das bobas feirinhas moderninhas fizermos uma passeata séria em defesa de nossos direitos.
Cientistas e estatísticos dizem que somos ao menos 10 ou 15% da população mundial. Sabemos que o numero é bem maior. Mas se estes 10 ou 15% se juntam em favor de uma causa, teremos muito a ganhar.
As eleições estão chegando e me assusta ver que os retrogádos ganham terreno exigindo que os dois candidatos assumam posições contrárias aos nossos interesses. A igreja que inventou o ex-gay, exigiu que a candidata assinasse um termo dizendo que não aprovaria projetos que legalizassem a união gay. Seremos nós o país mais rico e moderno da América Latina a aprovar tal união?  Não seria a hora de mostrarmos e gritarmos o que queremos?
Espero que nossa próxima geração viva num mundo onde somos respeitados do jeitinho que a natureza nos fez. Pra isso acontecer temos que agir já. Pense nisso.





                                             Eleições 







São 04:00 da manhã em Napoli. Estamos no Outono. No relógio vejo que fazem 19°Celsius, temperatura deliciosa, mesmo assim sinto falta do clima avesso da Bahia, com suas tempestades de verão e seus invernos chuvosos, baiano odeia chuva!  Acabei de postar um conto curto que fiz para um leitor carinhoso que sempre conversa comigo nas minhas madrugadas solitárias.  Desde que cheguei a Europa não sou mais senhor de meu sono, ele ficou maluco. Depois de algumas tentativas fracassadas de enquadrá-lo ao ritmo normal, desisti e adaptei meus dias à minhas noites insones. 
Hoje estou sem vontade papear na web, mesmo com meu querido companheiro de sempre, a quem chamo meu Lê. Hoje não seria boa companhia. 
Vim para a casa que aluguei na cidade, deixei meu fratellino com a mamma e o babbo. Tava com uma vontade grande de solidão. Daqui ouço o barulho das ondas batendo abaixo de minha varanda, é maré cheia. Comecei a vaguear pela web depois de ler um belo capitulo de Umberto Eco falando de forma gentil e produtiva do ócio. Então acabei lendo noticias relativas as eleições no Brasil e me vi, estupefato com elas. 
Que porra! Depois de uma noite inteira trepando, encarei uma fila chatíssima no consulado, para votar, estava cheia de brasileiros que pegaram o vírus da rabugice européia.   
Me arrependi! O que passa na cabeça de meu povo que elege pessoas sem nenhum compromisso com o progresso, educação, saneamento? Qualquer programa enfim que melhore a vida de todos?  Será que foi para sacanear com o que acham que vêem acontecendo com o mundo político? Não isso não pode ser! Se não gostam de como vivem ou do que vêm acontecer, o lógico não seria tentar melhorar? Mas não é isso que fazemos. Estamos parecendo nossos queridos irmãos argentinos que até hoje não sabem se o voto é para pôr ou tirar alguém do meio político. Visto os Presidentes caudilhos e caricatos que escolhem e tornam um país que já foi uma das maiores economias do mundo numa república de bananas e nem bananas eles têm.  Estamos piores! Elegemos com vontade e em grande número políticos com passado duvidoso, analfabetos, ladrões convictos, gente metida em escândalos que já ocuparam o grande noticiario entre uma novela e outra. Não falo de nosso futuro Presidente, visto que ele ainda não foi eleito, nem dos Governadores reeleitos. Falo dos congressistas,  pessoas que mexem com nosso dia a dia, manipulam nossos impostos e usam emprestado, coisas que segundo a nossa Carta Magna nos pertencem. Pertence ao povo o dinheiro dos impostos, pertecem ao povo os apartamentos funcionais, os carros oficiais, o dinheiro desviado para paraísos fiscais. E pomos no congresso, esta instituição sagrada à democracia pessoas que sabemos sem o mínimo preparo. Poderemos reclamar depois? Poderemos reclamar de ver crianças e cidadãos adultos serem mortos em plena rua ou mesmo dentro de suas casas por balas perdidas? Poderemos nos queixar de milícias que transformam bairros de grandes metrópoles em rincões particulares? Poderemos nos queixar de ter parentes e amigos morrendo em filas e corredores de hospitais? Poderemos reclamar da forma que é usado o dinheiro que damos duro por cinco meses para sustentar tudo isso?
É brincadeira meus amigos! Não é possível imaginar que sendo uma das maiores e promissoras economias do planeta ainda brinquemos de eleger seres folclóricos e notórios corruptos para nos representar. Não temos mais a desculpa do grande analfabetismo ou do desconhecimento de fatos que passamos todas as noites assistindo indignados nos telejornais.
Temos o poder de mudar as coisas! Isso é inegável. Uma coisa que funciona em nosso país é a validade e o respeito ao voto do povo (ao menos para a contagem). Cada um deles, cada uma das abstenções ou imbecis votos de protesto, repercutirão no mínimo durante quatro anos em nossas vidas, isso se o estrago for pequeno!
Fizemos uma grande besteira! Aposto como pouquíssimos lembram para que congressista votaram no Domingo.  É uma lástima, mas sendo realista, a única coisa que posso pensar é a máxima tão antiga quanto verdadeira. “Cada povo tem o governo que merece”
Afinal qualquer  coisa de errado podemos dizer que não foi naquele que votamos, ou que é culpa da vil e satânica Globo e das pesquisas eleitorais, Culpamos entidades fora de nossa responsabilidade como se fossemos gado e seguíssemos todas as toadas cantadas pelo berrante mais alto. Que lástima que ainda não aprendemos que somos nós os únicos e verdadeiros culpados.