12 de mar. de 2011

NSP Cap 52 .... Natale, Capo D'anno ed La Befana.

iDormir por cima do Cado. Tão bom sentir o calor do corpo dele abaixo do meu. Lembro-me de no meio do sono ele ter me tirado de cima dele dizendo que o estava matando. Aconcheguei-o no meu peito.  Graças aos aquecedores das cocheiras não morremos congelados. Acordei sentindo o peso de olhos nos observando.
Abri meus olhos bem devagar, apertando o Cado contra mim e me enroscando mais ainda nele. Foi quando tomei um susto que nunca esperava! Quem estava me olhando era o babbo! Dei um pulo ficando de pé e fazendo o Cado rolar pelo monte de feno.
-Babbo! Tá fazendo o que aqui?
Ele me olhou de cima abaixo. Tinha um cobertor nas mãos.
-Ia cobrir vocês, e avisá-los que daqui a pouco os empregados estarão na lida. Achei que ia ficar estranho eles verem os patrões nus na cocheira enrolados que nem due serpenti (duas cobras)um no outro.
Eu estava de pé com as mãos na cintura completamente nu na frente dele sem saber o que dizer. Olhei rápido para o Cado. Rápido, mas o bastante para ver que ele fechou os olhos de novo e simplesmente fingiu que dormia.
-Babbo não sei o que dizer! Tô me sentindo um......
-Você é meu filho, estava deitado com um homem, o homem que sei que você ama. E tô vendo que você está com o cacete duro de vontade mijar.
Olhei pra baixo e realmente eu tava duro! Tomei o cobertor das mãos dele, e ficou pior ainda, pois ficou uma barraca armada.
-Larga de ser bobo filho. Não quero te constranger. Já vi essa rola dura muitas vezes. Ou você esqueceu-se das noitadas que fizemos juntos?
E piscou os olhos pra mim continuando a falar, e falou num tom mais alto.
-Já que o Ricardo não acordou! É bom você acordá-lo e levá-lo pra casa.
Estava vermelho de vergonha, e o safado do babbo tinha sacado que o Cado estava acordado. Resolvi ficar mais natural, já que o flagrante foi dado e ele mostrou que não se incomodou. Pior! Tava tirando onda com minha cara! Falei
-Vou fazer isso! Buon giorno babbo!
Fui beijá-lo e ele disse.
-Vai mijar primeiro. Tô acostumado a te ver duro não a você ficar esfregando essa rola em mim.
Fui pro banheiro das cocheiras mijar e o babbo foi atrás. Encostei no mictório e ele do lado abriu a braguilha e pôs o cacete pra fora. Mijou também.
Comecei a rir.
-Porra babbo tu tem um cacetão da porra Vecchio!
-Igual o seu! Tu é bem servido também. Mas pára de olhar ou não consigo mijar.
-Babbo! Tu bate muita bronha?
-Todo dia!
-Anche io! Todo santo dia.
Rimos juntos. Balançando os cacetes para enxugar o resto de mijo. Perguntei.
-Babbo, você tem vergonha de mim pelo que você viu?
-Figlio mio. Você é homem, um homem de verdade. Tenho certeza que nunca fará nada que eu me envergonhe. E gosto do Ricardo, sei que ele te ama de verdade. Dá pra ver isso cada vez que ele te olha.
-Obrigado babbo! Sei que você preferia que fosse de outra forma.
-Te amo do jeito que você é! Você é meu melhor amigo filho. Você é meu confidente, meu companheiro de putaria. Você é meu orgulho.
Ele-me abraçou. Me deu um beijo no rosto e um tapa na bunda que estalou.
-Vai levar o Ricardo pra casa. Descansem mais um bocado. Bela festa hein?
Nesta hora entra o Cado vestindo apenas as calças. O babbo ia se retirando e ao passar pelo Cado lhe beijou as faces falando.
-Buon giorno figlio!
O Cado respondeu e quando estávamos sós.
-Não tive coragem de encará-lo, sei que ele sabe. Mas nos pegar nus dormindo nas cocheiras? Pensei que ele fosse te bater e me matar. Pensei que ele já tinha ido embora. Entro aqui e ele me beija me chamando de figlio? Vocês italianos são tudo doido! Que foi isso?
-A benção dele a nossa união. Ele te chamou de figlio Cado!
Abracei o Cado quase chorando. Senti que o coração dele tava disparado. Também emocionado.
-Poxa Cado você não imagina as coisas que ele me disse. Tô tão feliz que tenho vontade de correr nu pelos campos.
-Imagino Teo. Você merece isso meu menino. Eu conheço a sua luta para ver os seus sempre bem. Também estou feliz dele ter me aceitado dessa forma. Bem se vê que você veio de outro grande sujeito.
Fomos para casa principal. Levei o Cado para meu apartamento. Foi a primeira vez que ele entrou lá. Estávamos tão excitados com o que aconteceu que nosso sono desapareceu.
-Poxa arrasou no seu apartamento hein? Designers brasileiros?
-Sim. É uma homenagem ao Brasil.
-Tá muito lindo! E o banheiro?
Levei-o a sala de banho.
-Nossa sua coleção do Volpi! Ah, hoje vou dormir aqui.
-Não hoje nós vamos passar o dia fudendo que nem dois desesperados. Fica ai que já volto.
Liguei pra cozinha e pedi pra servir nosso café da manhã no meu terraço.
Passamos o dia trepando, comendo, namorando, conversando, trepando mais. Cada hora que um batia na porta tomava um fora. Dormimos agarrados. No outro dia tomamos café com a família e fomos cavalgar fizemos um pic-nic no campo na beira de um lago voltamos à tarde. Juntos montamos a árvore de natal. Uma coisa fizemos apenas eu, o babbo e o Lipo, logo que todos se recolheram após a ceia. Montamos o presépio. A coisa mais sagrado do natal para a mamma. Ficamos os três pondo cada peça do jeito que ela gostava, lembrávamos das histórias dela, de seus risos, suas brigas conosco. Recusamo-nos a chorar. Sentíamos sua presença conosco. Não a queríamos triste. Guardei o Menino Jesus para pôr na manjedoura na noite de natal.
Era tarde, estávamos cansados. No tapete do salão, o babbo se encostou ao sofá, eu e o Lipo deitamos nossas cabeças no seu colo. Ele começou a contar a historia que adorávamos ouvir. A história de como ele conquistou a mamma, a ida deles para o Brasil.
Dormimos os três juntos no tapete. De manhã fomos acordados pela governanta. Eu e o Lipo ajudamos o babbo subir.
Dois dias depois era véspera de natal. Eu e o Cado passamos a manhã visitando os trabalhadores do sitio, fomos as suas casas levando presentes para seus filhos. Mais tarde fomos visitar os amigos de Siena e Firenze. Chegamos a tardinha para nos preparar para a ceia. O clima em casa era de festa. Conforme eu havia combinado com o Buffet, eles aprontaram a mesa e deixaram todos os pratos prontos na copa. Queria em casa apenas minha família e amigos. Não gosto de comemorar o natal sabendo que quem está ali me servindo também tem família e está longe dela.
A ceia foi uma cacofonia de risos, palavrões, gritaria geral. Coisa italiana! Todos falando ao mesmo tempo, discutindo, rindo. Antes do inicio o babbo fez uma oração. Ao lado de sua cadeira um lugar vazio representando a mamma. Até a foto da benedeta Gioia estava na mesa ao lado do Lipo. Eu já estava acostumado a viver com o fantasma da Búfala, mas o JG se atreveu a rir e deu de cara com um Lipo de cara fechada pra ele chamando-o de vaqueiro insensível. Teve que pedir muitas desculpas para ver o sorriso do Lipo de novo.
À meia noite diante de todos pus o menino Jesus na manjedoura. Então foi impossível não chorar lembrando mia vecchia. Ajoelhados eu, o babbo e o Lipo rezamos por ela. Sempre o Pai Nosso e a Ave Maria em nosso dialeto napolitano. Depois pedi por todos que amo, pelos amigos distantes e por muitos que não conheço pessoalmente, os meus amigos da net.
Feitas as formalidades voltamos ao vinho, ao riso, aos abraços e distribuímos os presentes à maneira americana. Segundo a tradição italiana mais antiga os presentes são dados nel giorno della Befana, mas isso vai longe já. Nos dias de hoje distribuímos doces no dia 06 de Janeiro.
Era madrugada quando a maioria se recolheu. Ficamos apenas eu e o babbo. Ele tinha o rosto corado do vinho e riamos muito. Vestidos apenas de cuecas devido ao calor etílico, fomos à cozinha comer algo para finalmente nos deitar.
Eis que minutos depois aparece o JG, ainda alcoolizado, nunca o tinha o visto com os cabelos soltos. Parecia um mestiço índio com os cabelos muito lisos na altura dos ombros. O cowboy não é acostumado a beber e tava muito engraçado. Perguntei pelo Rick.
-O Rick tá roncando que nem um porco, sempre faz isso quando bebe.
-Fui dar uma olhada no Cado e nos outros e estão todos no sétimo sono já. Eu e o babbo ficamos aqui bebendo e falando mais um pouco.
Não pude deixar de notar o corpão do JG e na engraçada boxer cheia de cavalinhos que ele vestia. Também o babbo notou minha fissura na bunda do vaqueiro quando ele ficou de costas procurando algo na geladeira. Ele disse pra mim em italiano, pois sabe que o JG não fala nosso idioma.
-Até eu comia essa bunda. Vamos dar um trato nesse bambino?
-Babbo, isso vai dar merda! Se o Rick descobre me mata.
-Mata depois que já comemos! KKKKKKKKKKKK
Devia estar realmente bêbado para fazer o que fiz.
Encostei na traseira do JG me roçando nele enquanto fingia ajudá-lo na geladeira. Mas o safado bem que percebeu e não se moveu do lugar. Vendo que fui bem recebido. Puxei os cabelos dele pra trás forçando suas costas a grudar no meu peito. O abracei sentindo seu peito forte subir e descer mais rápido. Beijei o pescoço dele dando leve mordidas. Ele pôs as mãos para trás me abraçando de costas. Ficamos alguns minutos nos esfregando assim. Puxei-o para trás e me sentei num banco de frente a geladeira. Ele no meu colo de costas pra mim, aquela bunda maravilhosa se encaixando deliciosamente no meu cacete.
O babbo foi à frente dele e baixou a cueca exibindo seu cacetão meia bomba. Peguei a mão do JG e levei ao pau do babbo. Ele estava dócil. O babbo puxou a cabeça dele para seu púbis e falou.
-Mamma bambino.
E ele assim ele fez.
Jg estava sentado no meu colo e eu mordia e fava sacanagens no ouvido dele. Com ele entre eu e o babbo. Segurei a cintura do babbo e fazia ele engolir o cacete do Vecchio que o segurava pela cabeça fudendo a boca do cowboy bem lentamente. Tirei as mãos da cintura do babbo e procurei o cacete do JG, puxei as boxers para o lado deixando livre um pau de uns 19 cm com a cabeça totalmente exposta e bolas grandes. Punhetava ele devagar com uma mão e com a outra brincava com suas bolas.
Caralho aquilo tava gostoso demais. Ele rebolava no meu colo. Sentia sua bunda musculosa se esfregar no meu cacete que gritava por liberdade.
Segurei ele com força, falei com o babbo que ele sentasse no balcão da cozinha.b O Vecchio assim fez. De pernas abertas ainda se oferecia para a boca do JG que seguiu o comando sem voz. Abaixou-se para continuar tratando a rola do babbo, eu me abaixei. Estava louco para chupar aquele cu. Afastei as pernas dele e cai matando com a língua enquanto minhas mãos apertavam os músculos daquela bunda tão perfeitamente redonda. Ele gemia cada vez que o cacete do babbo dava espaço para ele emitir som. Vi o babbo comandando o boquete segurando os lisos cabelos dele. Cena do caralho. Fiquei doido. Abri o mais que pude com as mãos aqueles montes deliciosos, brincava com minha língua no rabo dele, o sentia forçando na minha cara.
Na cozinha só se ouvia o som de três machos gemendo. Levantei-me e dei uma boa roçada naquele rabão. Corri para minha bolsa e peguei lubrificante e camisinha. Voltei e vi o babbo que o babbo tava adorando a mamada dele. Fiquei de pé ao lado dos dois e puxei os cabelos do JG para que me mamasse também. Ele veio com a boca aberta engolindo a cabeça e com a mão não largava o cacete do babbo.
Baixei ao seu ouvido e falei.
-Me deixa comer esse rabo gostoso?
Ele balançou a cabeça sem parar de mamar. Abri a camisinha e mandei que ele me encapasse. Depois que ele fez isso voltou a chupar o babbo e se posicionou de pé mesmo. Esperei ele relaxar. Ele segurava o cacete do babbo e lambia como a um picolé. Segurei fortes as ancas dele. E entrei com a cabeça. Ele tentou escapar pra frente e deu um grito mais alto.
-Porra babbo, enche a boca desse moleque!
Não parei, fui entrando devagar até passar toda a cabeça. Parei um pouco e mexia vagarosamente para os lados, fazendo espaço para fuder. JG tava com metade da rola do babbo na boca. Meu olhava minha ação.
-Fode filho! Vamos fuder ele pelos dois lados.
Nem precisou pedir de novo. Comecei a entrar muito lentamente. Não queria machucar o cowboy. Ele pareceu estar gostando pois estava frenético com o cacete do babbo na boca e cada vez ele engolia mais.
Comecei a bombar. Eu estava realizando um sonho!  Entrava inteiro dentro do cowboy, chegava quase a tirar e entrava de novo. Ficamos assim um bom tempo.
O babbo fala.
-Vem pra cá filho, também quero o cu desse bambino.
Troquei de posição com o babbo que rápido encapou o próprio pau, e começou a tentar entrar.  Senti as mãos do JG me apertarem as coxas com muita força.
-Porra babbo! Devagar tu vais machucar o JG!
Ele foi mais lento. Demorou um pouco e ele disse.
-Tá vendo! O safado me engoliu inteiro. Delicia de bunda.
JG se balançava para frente me engolindo e voltando se oferecendo pro Babbo.
Babbo pediu para sentar queria o moleque cavalgando ele.
No colo do Babbo de costa para ele o JG me mamava. Vi que estava com o cacete brilhando de tão duro. Babbo anunciou que estava perto de gozar. Eu também estava. De repente JG explode num gozo abundante sem se tocar.
Eu e o babbo sentamos no balcão e batemos punheta com a ajuda da boca e das mãos do JG. Gozamos juntos lavando o rosto dele de porra.
O babbo goza como eu. Imensa quantidade de porra.
Caímos os dois para trás exaustos. JG se jogou por cima de nós dois. Esperamos nos recuperar. Ouvimos a voz do JG.
-Puta que pariu! Que foda gostosa!
Eu e o babbo rimos, a cara e o peito dele estavam melados com muita porra.
JG me deu um beijo. O babbo se levantou. Estava já indo embora quando o JG fala.
-Tio, por amor de Deus não conta pra ninguém.
-Sossegado moleque fica entre a gente.
Tirei-o de cima de mim e falei.
-Relaxa meu gostosim. Fica de boa. Nosso segredo é só nosso. Mas vou mais de vez em quando. Tu és delicioso cara!
-Filho da puta gostoso! Respondeu ele já saindo.
Vi aquele rabo maravilhoso indo embora. Fiquei mais um pouco. Deixei uma das janelas abertas, pois a cozinha cheirava a sexo. Corri para meu apartamento e tomei uma bela ducha. Sabia que receberia bem cedo à visita do Cado atrás de foda. E eu estaria pronto!
Acordei muito tarde. Bate minha vitamina e fui pra academia. Encontrei todos lá menos o babbo e o Zio que estavam nas hortas. Todos querendo tirar o álcool do sangue. Malhei junto com o Lipo, pegamos os mesmos pesos. Chamei o mano para correr nos bosques comigo. Os outros. Já nos bosques falei pro Lipo.
-Fratello tenho que te contar uma coisa.
-Diz Grandotte.
-Comi o JG.
-Dio Santo! O Rick vai te matar!
-Ele disse que não ia contar pra ninguém, pediu a mim e ao babbo que não contássemos também.
-Peraí o babbo tava no meio?
-Foi ele que deu a idéia. Estávamos na madruga na cozinha e chega o JG meio alto ainda. O babbo percebeu minhas olhadas pra bunda do JG. Cara! Eu tava alto ainda, simplesmente me cheguei no JG, ele foi receptivo e acabamos os dois comendo o cowboy.
-Caralho! Porra ninguém me chama pra uma festa dessas. O cara é um tesão.
-Lipo, por favor, mantenha o bico fechado. Não fala nem pro Léo. Tu sabes que se o Rick desconfia, ele trava comigo.
-Tranquilo Grandotte! Se tu tá me pedindo, vou fazer boca de siri. Mas cara que inveja da porra que eu fiquei agora!
-Tu perdeu mesmo foi a desenvoltura do Babbo. Pegava o moleque pelos cabelos e metia rola na boca dele. Deu um tesão do caralho só de ver.
-Ahh!  Vocês já fizeram muita farra juntos!
-Mas nunca com outro homem Lipo! Sabe o que tô com medo agora? O Vecchio desembestar a comer a galera toda.
-Ihh, vai dar confusão se ele vier pra cima do Léo. Com aquele rolão! Tem condições não!
-Vamos ficar de olho nele! Se bem que ele tava alto de vinho também. Ele nunca mexeu com amigos nossos.
-Sabe de uma? Vou voltar agora mesmo. Sei bem como o Vecchio é safado, não vou desgrudar do Léo.
-Será que ele faria isso?
-Não duvido. Acho que ele já comeu a prima e se comeu a prima, não duvido que já tenha pegado o primo.
-Cara! O babbo tá dando WO na gente. KKKKKKKK
Lipo voltou batido pra sede. Eu resolvi ficar quietinho. Se não perguntarem não falo. Nem pro Cado.
Mas os dias passaram sem mais incidentes. Ficou cada um com seu parceiro. Soube apenas de uma farra que fizeram o Léo, o Lipo, o Babbo e o Zio, foram juntos num puteiro e se acabaram. Preferi não mais mexer com o JG. Porra, uma transa de bebedeira é uma coisa, uma armação deliberada é outra. Eu não iria ser traíra com o Rick assim do nada.
Na noite de Réveillon fizemos o mesmo esquema da ceia de Natal. Dispensei os empregados. Ficamos apenas nós. Comemos, bebemos, brindamos o ano de 2011. Trocamos abraços e beijos carinhosos desejando que passássemos todos unidos como havíamos passado os últimos dias.  Sabemos que estando juntos e saudáveis podemos tudo.
Uma hora da manhã.  Eu, o Cado, os primos, o Léo, o Lipo, o Rick e o JG. Fomos para uma boate em Firenze. Alugamos dois taxis para levar e trazer essa cambanda toda. Dançamos até as oito da manhã. Nas ruas os fiorentinos andavam felizes desejando bom ano novo. Comemos la prima colazione (Café da manhã) do ano no “The St Regis Florence” o Cado dizendo que devemos começar o ano com classe para dar boa sorte. Voltamos para a villa dormindo nos taxis. Chegando em casa fizemos a molecagem de cair na piscina do lado de fora que não é aquecida.
Cinco dias depois fomos todos para Barberino Val D’Elsa. A prima fantasiada de La Befana, coberta de trapos, chapéu de bruxa, vassoura na mão, Distribuímos doces para as crianças que nos cercavam felizes.
No dia seguinte foram todos embora. O safado gostoso do JG quando me abraçou me disse que queria repetir a farrinha que fizemos. Depois eu que sou o putano da história?  O babbo se despediu sob meus protestos! Voltou para Napoli. Senti a imensidão do solar. A casa de um dia para o outro estava vazia. Restou apenas eu e minhas lembranças felizes das festas. Restava-me o consolo de encontrar o Lipo e o Léo em Manchester na Inglaterra onde comemoraríamos meu aniversario.
Sozinho lendo na biblioteca, o telefone toca.
Era o Brad, um modelo nova-iorquino que eu havia conhecido em Barcelona. Um Big loiro com tudo que o capeta gosta. Já postei sobre ele na seção The Man aqui no blog. O cara parecia ser hetero. Tinha tomado um toco dele na primeira vez que dei em cima. Mas via grandes possibilidades de virar o jogo. Eu sempre vi uma luz no fim do túnel ali. E nessa luz ele estava nuzinho. Convidei-o para ir comigo e com os meninos para Manchester ver o show da Shaka. Eu tinha comprado um camarote. Exultei com a resposta. Ele estaria em Londres e adoraria comemorar o meu aniversario comigo.
Essa é a história do próximo post.

11 de mar. de 2011

NSP Cap 51......A inaugaração da Villa!

Voltei super relaxado para casa. Minha cabeça estava em ordem de novo. De novo eu era o Matteo de sempre, sorriso pregado na cara e coração de guerreiro.
Antes de voltar para a Villa, subi até Firenze para ver como iam os preparativos do Buffet para as festa de fim de ano. Seriam três. Um baile de Fantasia para a inauguração da Villa, a Ceia de Natal, e a festa de Capo D’Anno (Réveillon). Dias antes eu havia cancelado a festa de meu aniversário no dia 14 de Janeiro, pois descobri um show da Shakira em Manchester na Inglaterra e preferi ver minha deusinha Colombiana. Foi providencial essa mudança, eu e o Cado estávamos para fechar um grande negócio que mudará nossas vidas e tornando possível tê-lo morando boa parte do ano aqui na Europa. Preciso pôr os miolos para trabalhar na primeira semana de Janeiro numa reunião definitiva em Lisboa.
O negócio consistia na venda de nossa parte no consorcio para uma das maiores empreiteiras do Brasil. Com a entrega da Hidrelétrica no fim do Governo passado, eu havia recebido a parte final de meu pagamento e comissões. Tinha farejado o interesse da empreiteira a um bom tempo, então simplesmente troquei tudo que me era devido por ações do consorcio. Assim eu, e a empresa do Cado juntos formamos a maioria das ações. Eu saquei que gigante como é, ela iria querer ter o controle acionário do consórcio. Esse controle só se concretizaria com a compra das minhas ações. Eu estava disposto a vendê-las a preço de armas nucleares.  Matteozão não é tão ambicioso não! Mas adoro ser caro. KKKKKKKKKKKKK Vamos combinar que os preços da Hermenegildo Zegna estão nas alturas! Meu cacete tem alergia de cueca relenta!  KKKKK.  Falando sério.  Minha intenção é concentrar meus negócios na firma da Germânia e alguns investimentos em Luanda. Continuo com a vontade de fazer uma ONG. Agora captando recursos aqui na Europa e investindo em educação de crianças carentes no Brasil. Como dizem os sábios. Dinheiro precisa ser acariciado.  Mas precisa ter bom uso também..
Em Firenze. Tudo adiantado pelo cerimonial.  Passei no ateliê para medir e dar palpites na fantasia que eu usaria na festa. Pouquíssimo pano! O que mais vai aparecer tem me feito soar muito na academia.
Voltei para a Villa, estava louco para rever o Babbo. Acostumei-me com sua presença. Na verdade gostaria que ele ficasse pra sempre comigo, mas o Vecchio turrão cisma que ficará até o fim da vida em Napoli, diz que não vai se separar da mamma de jeito nenhum. Quando em Napoli vai dia sim dia não trocar as flores do tumulo dela. Desde que está na Villa a cada dez dias ele vai lá para contá-la como vai a vida dele e matar saudades dela, e as flores continuam sendo trocadas a cada dois dias por um empregado dele.
Chegando a Villa me surpreendi vendo a Giovanna, a sobrinha da Princesa nossa vizinha com um sorriso que passava em muito das orelhas. Pareceu-me que estava mais senhora de si, vestia um belo traje de montaria, tinha os cabelos presos num coque baixo.  Estavam tão entretidos no terrazzo da piscina que nem me viram chegar. Fiz uma reverencia simples para ela que me beijou com intimidade e dei um grande beijo e abraço no babbo, que provando que continua sendo um Touro de verdade me ergueu do solo. Falei no ouvido dele.
-Seu Vecchio safado! Tá se exibindo não é?
Ele me respondeu dando um tapa na bunda que me deixou meio sem graça. Fui convidado a partilhar do café que eles tomavam. A Giuliana falava de seus estudos de arte para o babbo que fingia interesse. Ele falava para ela de flores e jardins a deixando encantada e eu aproveitava para ver o meu Vecchio em plena ação
Giuliana disse que precisa ir. Ofereci-me para levá-la. Ela estava à cavalo. O cavalariço trouxe um belíssimo puro sangue árabe.  Ela saiu num galope rápido, perfeita amazona, via-se sua elegância, sua educação nobre. Típica nobreza italiana. Moram num belíssimo Palazzo renascentista, que se mantém da venda dos produtos que cultivava e do haras respeitado.  Têm abatimento dos impostos por manterem parte do Palazzo aberto a visitação durante a temporada de turismo. Os atuais nobres não são mais os bons-vivants de antigamente, hoje eles sabem vender sua nobreza e charme a preço que lhes mantenha o luxo. Os mais hábeis transformam a nobreza numa espécie de griffe, os menos se casam com ricos burgueses.
Assim que ela saiu. Falei com o babbo.
-Seu libertino! Falei para não se meter com elas.
-Ah bom! Achei um gerente pra minha rola! Larga de bancar o santinho! Não vê que a menina tá mais feliz!
-Desculpa babbo! Tu sabes que não ligo pra suas aventuras. Pelo contrário sou orgulhoso de meu Tourão.
Voltamos abraçados pra dentro de casa e contei-lhe as novidades de Napoli. Na ceia falamos sobe minhas descobertas junto ao Etna. Agradeci-lhe o conselho. Ele me disse.
-Sabia que seria bom pra você! Tu és inteligente meu filho. Estão certas suas reflexões. Acho que serei o próximo a visitar o Etna.
Passamos boa parte da noite conversando sobre meus projetos e os deles. Estávamos entusiasmadíssimos com a vinda dos meninos e dos amigos e parentes. O Lipo e o Léo chegariam primeiro, pedi-lhes que passassem em Roma na vinda e fossem buscar pessoalmente o Zio (tio) irmão do babbo, viria acompanhado de seus dois filhos, um belo casal de jovens tipicamente romanos. Já falei deles pra vocês. Eles conhecem bem o Matteozinho, com tudo que passaporte de diversão permite. Já se divertiram muito comigo e eu com eles. O que a prima é boa de boca o primo é bom de bunda. KKKKKK.
A chegada deles foi uma festa. Lindo ver como o babbo e Lipo tinham uma nova relação muito mais carinhosa. Os primos estavam bestificados com a Villa. O Zio e o babbo já brigavam com cinco minutos de encontro, riamos muito com os dois, mas emocionante mesmo foi na manhã seguinte quando eu e o babbo levamos o Lipo para ver os animais e as culturas que plantamos. Ele se apaixonou pela búfala e por um jumento. O babbo brincava dizendo que ele devia ser filho do Minotauro. O Léo foi com os primos cavalgar. Divertidíssimo vê-lo montando. Ele não tinha coragem de fazer o cavalo obedecer-lhe. Na verdade o cavalo o levou a passeio. O Lipo em minutos já estava intimo do jumento passaram o dia conversando. Parece que funcionava a tal conversa, o animal era famoso por empacar do nada, mas seguia o Lipo como um cachorro. Com todo amor do Lipo pela terra ele e o babbo não desgrudavam.
Três dias depois chegam meu Cadão, o Rick e o namorado João Gerônimo, o cowboy. Legitimo vaqueiro nordestino metido a texano. Ele estudou agropecuária no Texas e adotou toda a cultura country. Homão da porra! Jeito rústico, riso fácil, inteligência rápida, pernas grossas arqueadas e um bunda de fazer babar, sempre exibida em jeans justos que fazem meus ovos doer só em ver, rosto quadrado emoldurado por um cabelo muito liso sempre preso num rabo de cavalo.
Fui para Firenze buscá-los. Meu coração estava aos pulos! Iria ter o Cado comigo de novo! Iria rever meu doce Rick e de quebra me distrair com a visão do cowboy desfilando aquela bunda que me era proibida.
 O primeiro a sair pelo portão de desembarque foi o Cowboyzão que me abraçou efusivamente. Aproveitava uma lasquinha daquele corpo forte quando o Rick me puxou pelos ombros mandando eu me comportar. Sorri-lhe. Dei-lhe um beijo e senti nos seus braços o quanto sou querido por ele. Ele brincou por me ver de novo com o cabelo mais comprido. Prometi que seria por pouco tempo. Perguntei pelo Cado. Ele respondeu.
-Tá vindo aí. Grandão seja um pouco paciente com o coroa.
Ia perguntar por que, quando o Cado aparece no portão. Imediatamente o verde dos seus olhos me inundou. Seu sorriso largo me engoliu. Corri para ele de braços abertos. Quando procurei sua boca para um beijo ele me ofereceu seu rosto, ficou meio sem graça e saindo do meu abraço me apresenta uma morena de cabelos muito fartos, sorriso americano de dentista, corpo esculpido a bisturi e muita malhação, 200 quilos de silicone só nas tetas.
Imediatamente entendi o aviso do Rick. Dei um sorriso comprado a dois tostões. Na verdade fiquei passado. E cada segundo que passava eu estava tentando uma maneira de matar a morenaça bem rapidamente e o Cado bem devagar, tipo cortar ele em pedaços bem pequenos usando uma tesourinha de unha.
Meu olhar de AR-15 para o Cado o deixou bem desconfortável. Mas mantive o sorriso na cara, meio amarelinho, mas estava lá.
No caminho de volta eu evitava olhar para a cara do Ricardo. Mas era pura felicidade com o Rick e com o JG, e menos puro, mas feliz com a sujeita que se nominava Priscila. Nome de cachorro!
Chegamos a Villa e fiz as honras de anfitrião. O Cado estava deslumbrado com o resultado, o Rick também, o JG e a cachorra da TV Colosso. Estavam boquiabertos.
Pus todo mundo nos seus aposentos pessoalmente. Rick adorou a decoração do quarto dele, o JG mesmo macho demais para prestar atenção em decoração também elogiou. Cado ficou satisfeitíssimo com o apartamento dele. Cobria-me de elogios que eu fingia não prestar atenção. A cachorra. Alojei no apartamento mais distante que lembrei. Infelizmente o canil já estava todo ocupado. Ela adorou, mesmo parecendo decepcionada por não ficar no apartamento do Cado. Imagina! Me cornear debaixo de meu próprio teto!
Depois de todos instalados eu voltava pelo imenso corredor quando o Cado me puxa pelo braço e me leva ao seu apartamento.
-Poxa Teo! Poxa meu menino! Estava com tanta saudade de você e me tratas assim?
-Cinismo tem limites Ricardo!
-Teo! Não consegui me livrar dela. Ela não tem família na Bahia. Tinha um contrato para um comercial, mas foi cancelado. Tive que trazer! Pára Teo! Vem cá e me dá sua boca, me dá um abraço meu menino.
Sei que ele aprendeu essa desfaçatez comigo, mas cai direitinho, até a pagina 2. Dei um abraço, recebi o beijo que esperava. Se eu ficasse ali mais 2 segundos tava fudido. Quando ele veio cheio de mão entre minhas pernas. Eu me afastei. Primeiro por que ele ia ver que eu já tava duro feito aço. Segundo por que era chegada a hora vendetta.
Ele ficou sem graça. E disse
-Larga de frescura Teo!
Ai pirei de vez!
-Frescura o caralho! Respondi aos gritos! Meu sangue italiano estava borbulhando.
-Fala baixo! Eu não estou gritando contigo.
Parei, contei até 2487. E falei calmamente. Você tem 48 horas pra tirar a canina daqui, ou vou usar minhas armas. Enquanto isso seu filho de uma égua, você não toca em mim. E se eu sonhar que você encostou um dedo na quadrúpede. Vou fazer adubo de vocês dois.
-Mas Teo! Como farei isso?
-Não me interessa e não quero saber! Se vira! Porra Cado eu estava louco pra te ver cara! Estava sonhando em estar junto com você. Trabalhei que nem uma mula para ter tudo pronto e te agradar. Você faz uma merda dessas? Como você se sentiria se eu esfregasse um peguete meu na sua cara véi?  Dentro de sua casa?
Ele abaixou a cabeça.
-Teo me perdoa. Fiquei sem graça de me livrar dela. Pensei que você fosse levar na boa. Olha! Juro que não vou encostar nela. Fica assim não meu garoto, meu coração ta apertado de te ver assim.
Bem civilizadamente.  Eu disse.
-Meu amor. Pimenta no rabo alheio é refresco. Não vem com essa de ficar com pena de mim por uma situação que você mesmo provocou. Afinal que porra é essa? Virou ONG de Piriguete?  Olha Ricardo tu sabes que não ligo quem tu come. Mas não vem me esfregar o cardápio na cara não. Nunca fiz isso contigo. Exijo tratamento igual. Nem mais nem menos. Resumindo, ou você se livra desse mostruário de silicone, ou eu vou lustrar os carros com eles.
Ele riu. Descaradamente riu! Eu não agüentei e ri também. Então ele veio cheio de braços me agarrando. Dei um pulo para trás.
-Aqui tu só pega quando for meu de novo. Vou ser civilizado, educado, gentil e amável. Um doce! Mas vou azedar em 48 horas.
Fui para meu apartamento comer minha raiva. Ele me seguiu. Bati a porta na cara dele.
-Poxa Teo deixa ver como ficou seu apartamento!
-Va a fanculo Ricardo!
-Olha a educação!
Abri a porta e com a cara para fora dela eu disse.
-Ok. Por favor, senhor Ricardo se dirija ao jardim e sente seu anus na primeira tora de madeira que lhe aparecer no caminho!
Bati a porta de novo. Gritei. Vai tomar banho almoço é daqui à uma hora!
-Vem dar banho em mim!
-Viado!
-Meu Gostoso.
-Stronzo di merda!
-Amor da minha vida.
-Canalha!
-Meu tesão.
-Pára Ricardo, ou vou engrossar de verdade.
Por dentro eu já me ria. Não sei como o Cado consegue me fazer isso! Eu estava puto da vida, mas estava doido para me jogar em cima dele e beijar, amassar, apertar, fuder até dizer chega. Talvez eu aceite essas barbaridades que ele faz de vez em quando por saber que eu faço também. Não da maneira que ele fez dessa vez. Realmente eu estava magoado, mas sabia que na hora que a representante da TV Colosso tivesse ido embora eu ia ser todinho dele.
Resolvi não estragar a festa, fui tomar um banho de banheira para acalmar. Antes cai na ducha fria, estava morrendo de tesão no desgraçado, infeliz, filho da puta.
Quando estava na banheira bateram na porta. Pensei que era Cado e não respondi. Ouvi a voz do Rick pedindo licença para entrar. Gritei que entrasse. Ele veio com a cara que eu conheço muito bem. Sabendo da cachorrada do pai, queria defende-lo, mas sabia que eu estava com razão também. Logo que entrou tentou me fazer sorrir.
-Nossa que visão tio! Tinha me esquecido de como você é gostoso!
-Tio seu cú seu viado traidor de uma figa. Você sabia e nem pra me preparar o espírito!
-Poxa Grandão! Eu só soube no Aeroporto. Disse a ele que ia dar merda. Mas ele tava na confiança que você ia se apiedar da sem-família.
-Vai à merda Rick.
-Relaxa Grandão ele vai dar um jeito.
-Por falar em jeito, por que você não vem tomar um banho comigo?
-Grandão safado! Tá querendo me usar pra se vingar de painho.
-Mais ou menos. Porra Rick tô mal véi.
-Nem vem que conheço essa cara de cachorro que caiu da mudança, se eu te der ousadia, o pai e o JG me tiram o couro.
-Nada véi! Fica só aqui dentro comigo pra gente conversar de boa. Tu sabes que não faria uma cachorrada dessas com o filho da puta do seu pai.
Ele sorriu. Tirou a roupa e entrou na banheira. Tudo bem que é enteado, mas que o Rick é gostoso pra carai lá isso é. Lembrei-me de nossa ultima foda. Eu sentado numa poltrona com as pernas abertas, ele no meio delas me fazendo mais que feliz. Mas ficamos ali conversando sobre as coisas dele.
Ouvimos outra batida na porta. Era o Léo.
-Entre Léo, tô na banheira.
Ele entrou e vendo eu e o Rick juntos, ele sorrindo disse.
-Pô Bigs, isso que é jeito de tratar enteado.
-Larga de palhaçada Léo. A gente tá só conversando.
-Ô Bigs? Quem é a gostosona que chegou?
Fiquei puto de novo! Peguei o primeiro sabonete que vi pela frente e taquei no Léo mandando ele se fuder.
Ele saiu correndo. Não voltou mais. Olhei pro Rick e caímos na risada.
-Grandão você é um figuraça cara!
-Porra Rick, tô com um tesão da porra no seu velho e aquele puto faz isso. Bate uma comigo?
-Tá bem!
Ele começou a passar a mão na própria rola. Percebi ele me olhando pelo canto dos olhos, eu olhava ele ficando duro. Eu disse.
-Não Rick! Mão de broder véi! Eu em tu e você em mim.
-Filho da puta! Tava esperando eu ficar excitado né? Está bem. Tô com saudade do rolão do tio.
Pegamos um no pau do outro, nossos corpos roçavam, dei um beijo no pescoço dele. Ele veio até minha boca.
-Beijo na boca não Rick ai é fuleragem com os caras. KKKKKKKKK
-É mesmo né? Então soca aí Grandão tá gostoso pra caralho.
Comecei a aumentar os movimentos. Meu pau duraço nas mãos de meu enteado gostoso. O Rick lembrava direitinho como curto uma bronha. Apertada, às vezes lenta, às vezes mais rápida.
-Pô Rick, dá um beijo na rola.
Ele deu e depois começou a engolir devagar. Puta que pariu! Delicia!
-Dá a sua pra mim.
Ficamos no deck da banheiro num 69.
As mãos livres percorriam nossos corpos. Engoliamos um ao outro. Gozamos juntos. Descansamos na banheira com as cabeças recostadas um no outro. Rimos de nossa brincadeira de moleque. Lavamo-nos na ducha. Conversando como se nada tivesse acontecido.
Aquilo na verdade foi só uma brincadeira. De vez em quando rola essa molecagem entre todos nós. Quando nos juntamos ficamos tão bobos que parecemos moleques imberbes. Até campeonato de punheta a gente faz de vez em quando. Pode existir coisa mais inocente? KKKKKKK. E o Cado já participou umas duas vezes.
O almoço foi servido na beira pátio interno. Eu havia providenciado aquecedores externos para podermos curtir os jardins. Durante o almoço o clima era de risos, falávamos sobre a festa dali a dois dias.
A cadela siliconada se enturmava não parava de falar. Apesar de minha cara feia olhando pra ele o babbo tava todo solicito. Lógico! Não tirava os olhos das tetas da mulher. Eu realmente tentava ser gentil. Afinal a porra já tava em casa mesmo. Eu não trataria mal um hóspede.
Todos querendo descobrir a fantasia do outro. Só o Lipo e Léo tornaram publica as deles. Seriam os Super Gênios. Uma versão ao menos já que seriam dois homens invés de um casal. Foi quando a Priscila au-au falou que ainda não sabia o que usar.
-Cadinho não me avisou que haveria uma festa à fantasia.
Quando eu ouvi “Cadinho” quase gofei o vinho. Veio num ímpeto uma sugestão pra fantasia dela.
-Por que não vem de Glick Priscila? Os meninos vão precisar completar a fantasia deles. E a inútil me pergunta.
-Quem é Glick?
-O ajudante do Super Gênios, um macaquinho muito simpático.
O Cado me fuzilou com o olhar. Então tentei melhorar.
-Os Super gênios não são nada sem o Glick, na verdade o Glick é até mais inteligente que os dois. E mais! Usa uma capinha bem bonitinha.
Ela.
-Ah! Mas deve ser chato para dançar.
Sugeri outra.
-Então venha de Puffi, como a Pitufina.
-Quem é?
-No Brasil chama Smurf. Te sugeri a Smurfete
-Boa idéia! Tão bonitinha azulzinha.
-É verdade. E era a única fêmea da aldeia. Tenho certeza que ela dava pro Papai Smurf e pro resto da aldeia né?
Com essa o Cado não agüentou e riu também. Mas só riu quando viu que a tapada não tinha visto maldade na idéia.
No dia seguinte chegou o pessoal do cerimonial. Começaram a montar a pista de dança que cobriria a piscina do pátio interno que também foi todo coberto devido ao frio. Montaram o palco para a banda de rock e uma pequena orquestra. Criaram quatro simpáticos caramanchões do lado fora. Eu tinha pedido que não modificassem muito a decoração da casa. Achei sem sentindo fazer uma festa para inaugurar a casa se ela não fosse mostrada como realmente era. Além disso, não seriam mais que 200 pessoas. Como não consegui lugar para muitos que moravam fora. Aluguei uma parte do Palazzo da Principesa.
No dia da festa correria geral. Casa cheia de operários ultimando os preparativos. A empresa que contratei não me decepcionou. Tudo estava perfeito. Manobristas, Majordome (mordomo)de Libré anunciando convidados. Bebida de primeira, banda de rock muito legal. Os garçons também em libré, usavam apenas a casaca, meiões e calças. Com o peito nu. Eu tinha pedido um clima meio perverso. E olha que me apareceu cada gato!  Very fancy baby!
A parte externa da casa estava iluminada com tochas imensas. A alameda estava multicolorida com belo jogo de luzes. Arrasei galera.
Nós todos estávamos curiosos para conhecer a fantasia um do outro. Como já sabíamos a do Lipo e Léo. Pedi a eles para receberem os convidados. Só que os danados enganaram a gente o tempo todo. Lipo era Lion-O e o Léo o Panthro, personagens dos Thundercats. Puta que pariu! Estava muito sexies! Com as coxas fortes de fora. Indecentes. O Léo com aquele corpo troncudo dele tava demais como Panthro. Brinquei muito com o Lipo chamando atenção para o desenho da espada de Tandera. É uma buceta!Então é obvio que o Olho de Tandera nada mais é que um cu. Kkkkkkkkk
-É verdade Grandotte! Escolhi a fantasia certa. Kkkkkkkkkk
-Vocês estão ótimos!
Mais divertido ainda foi ver que eles fizeram um conluio com os primos que se vestiram de Wilikat e Wilikit os adolescentes do cartoon.
-Ah! Bigs vai lá se arrumar que tô doidim pra ver sua fantasia.
-Nada especial Léo. Diante da de vocês deu até inveja agora! Porra vou ficar parecendo o Mumm-Rá. KKKKKKKKKK
Me aprontei. Por coincidência saímos eu e o Cado ao mesmo tempo de nossos Apartamentos. Ficamos nós dois nos olhando.
Fiquei excitado vendo o Cado. Fantasia simples, mas que me deixou taradim. Ele estava de Clark Kent. Elegantíssimo num terno estilo anos 50, óculos, cabelo engomado, camisa aberta mostrando a marca do Supeman.
Ele me olhava do com o mesmo olhar de desejo.
Eu estava de Thor. O Deus nórdico. Meio estilizado, misturei o super herói do cartoon e o Deus da lenda. Tronco coberto por um colete em tiras de couro. Os braços e costas tinham desenhos nórdicos como tatuagens. Calças rústicas de couro bem justas, botas também rústicas que iam até os joelhos. O cinturão largo que segundo a lenda dobrava sua força. Maquiei meu cabelo de loiro invés do verdadeiro vermelho do Deus. Nas mãos o Martelo Mjolnir.
-Teo! Você conhece a lenda do Deus Thor? Parece muito com você.  Um grande guerreiro, conhecido por sua bravura e honestidade. Sabe que ele era famoso não só pela força, mas também por comer um boi numa refeição? Então foi por isso que deixou o cabelo crescer! Garoto você tá exalando sexo. Essa calça tá desenhando suas coxas de forma deliciosa, esse malão então.... Me dá um beijo?
Dei um beijo nele, um beijo que eu desejava há muito! Mas quando ele veio cheio de mão. Fiz ele parar.
-Teo! Libera. A Priscila tá indo embora amanhã. Fiz...
-Não quero saber o que você fez pra se livrar da piriguete. Vamos descer, nossos amigos estão esperando.
Dei a mão a ele e disse.
-Cado, eu tô puto da vida contigo, mas eu te amo cara.
-Eu também te amo meu menino! Me perdoa, fiz merda e das grandes.
-Perdôo não! Não vou correr o risco de você fazer de novo. Mas também não vou guardar magoas. Você nunca guarda das bobagens que eu faço.  Na verdade seu safado se essa calça não fosse uma segunda pele, eu a arrancava agora.
-Não provoca não que eu esqueço a festa e tiro ela eu mesmo.
-Você vai ter essa chance. Estás lindo de Clark Kent.
Descemos juntos, os salões já estavam cheios. Na parte inferior da escada a cachorra nos olhava admirada. Não larguei a mão do Cado. Mas devo admitir.  Ela estava escandalosamente linda. Era Jessica Rabbit. A salafraria estava escondendo o jogo. A fantasia estava perfeita nela. Voluptuosa. Curvas exageradas. Era a própria Mrs. Rabbit em carne e osso e muito silicone. Em seguida vi o babbo. Nunca o tinha visto tão elegante. Usava um smoking, o toque de fantasia era dado por uma cartola alta e uma echarpe branca. Vestido como Lord inglês. Seu porte atlético e os claríssimos olhos azuis o fizeram um dos homens mais belos e bem vestidos da festa. Tanto que pedi que ele abrisse a festa dançando a valsa com a Principesa que usava um antigo vestido de baile com uma saia que parecia ter metros de circunferência. Depois ela me disse que ela era o personagem de Deborah Kerr em “The King and I”. O Cado pediu a dança a Giuliana, ela era Titânia a Rainha das fadas de “Sonho de uma noite de verão”  Eu ousadamente dancei a valsa com mio fratello. O Zio fantasiado de Nerone (Nero) convidou a Sirigaita. Pensei. Ainda bem que ela vai embora de manhã, ou ia rolar pau entre o Zio e o babbo.
Duas valsas depois a banda de rock começou a balada junto com o Dj.
Sai da pista para entreter os convidados. Abracei amigos, exibi meu fratello e o Cado. Diverti-me com as escolhas das fantasias. Surpreendi-me com a filha da viúva moçambicana que eu havia apresentado ao Babbo. Uma bela mestiçinha de curvas poderosas. Quando prestei atenção à fantasia dela. Tomei um susto! Não pela personagem que ela escolheu, mas por me fazer lembrar um amigo que amo.  Ela estava de Beyoncé. Este amigo é fã dela e toda vez que a vejo em vídeo, ouço as musicas e me faz lembrar ele e me faz querê-lo próximo. Tenho certeza que ele teria curtido muito esta festa. Não é meu Lê?
Os Thundercats me fizeram entornar duas taças de champagne e me arrastaram para a pista. A safadinha da prima tava assanhada como ela só! Passava as mãos em nós todos. O primo já estava sendo reservado para os prazeres do Lion e do Pantrhon.  Já estávamos bem altos, sorrindo e dançando como loucos. O Dj põe uma mixagem de músicas da Shakira. Começando com Waka-waka. Eu posso até me envergonhar de contar, mas não posso negar que fiz o que fiz. Fomos os três dançar no queijo fazendo os movimentos da coreografia da musica. Quando olhei pra baixo o Cado me olhava entre incrédulo e risonho. Ah! Foda-se! Ele sabe que Shakira não dá pra segurar.
A festa correu lindamente. Antes do fim a Priscila Au-Au veio se despedir. Acompanhei-a até o carro. Assim que ele entrou na alameda indo embora. O Cado agarrou minha mão e me levou as cocheiras. Ali mesmo ele arrancou minhas roupas. Eu quase rasguei as dele. Rolamos como animais no feno. Eu sorria com todo meu corpo em êxtase por cima do meu Cado. Ele estava selvagem, eu adorando ser devorado por ele. Entreguei-me sem reservas. Não ouvíamos mais o som da festa. Agora o mundo era aquele monte feno, era eu e ele. Nossos corpos se esfregavam latejando de desejo. Nossos corpos marcados a dentes e dedos, tal a violência que nós queremos. Não ouve tempo para preliminares. Virei-o e apoiei-me em suas costas, o comi com força. Derramei meu esperma por seu corpo que minutos depois se misturou ao que escapou de minha boca. Marquei meu homem. Dividindo com ele a marca a fogo que ele fez no meu coração quando eu tinha 20 anos.

9 de mar. de 2011

NSP Cap 50.... Pensamentos de Capo D'anno

Estava eu feliz com a companhia do Babbo, com a beleza que estávamos fazendo juntos na reforma da Vila que eu sei será meu futuro lar por muitos anos.  A expectativa de ter junto a mim quase todos que juntos formavam o mio cuore. O Cado chegaria dali a poucos dias, depois se juntaria a nós o Lipo, o Léo, o Rick e seu namorado. Para o dia de natal consegui que alguns primos e tios se juntassem a nós. Seria uma bela festa. Uma festa sem sua rainha maior minha mamma. Mas eu sabia que ela estaria no coração de todos nós. Um único amigo me faltaria, mas eu sabia que ele estava em fase de construção de uma nova vida. Ele me faz falta, ele me faria sempre falta. Em todos estes capítulos falei dele apenas uma vez e por imposição dele mesmo. Falei dele quando falei de uma bela musica de Cole Porter. Essa saudade é semanalmente acalentada por longas conversas de telefone.
Mesmo em sua timidez de inverno os jardins da Villa estavam belíssimos. Duas novas estufas, uma para plantas africanas , tropicais e brasileiras claro! Outra um embrião de um orquidário. O Antigo palazzo restaurado no exterior e com ar mais moderno e sofisticado no interior que mistura mobiliários setecentista toscano, oitocentista brasileiro e clássicos modernos design. Os antigos 24 quartos  foram transformados em 10 apartamentos com sala, closet, sala de banho, quarto e terraço que serve tanto para aproveitar a paisagem, tomar sol como para refeições mais intimas.  Meu apartamento é completamente brasileiro, exceto por uma cadeira Charles Eames de estimação, adoro ler esticado nela, e lógico a sala de bagno, nisso os equipamentos italianos são imbatíveis. No apartamento do Cado usamos moveis da Escola Bauhaus. O Lipo e Léo têm sua suíte moderníssima! Lembra as belas naves de “2001 Space Odissey” de Stanley Kubrick. Sei que vão adorar a grande tela para o videogame e o sistema de som. No do Rick também fugi da Europa. Ele adora o tradicionalismo norte americano, é jovem e moderno mas com acento mais adulto. Acatei a sugestão do decorador e trabalhamos com o tema Frank Lloyd Wright, o arquiteto fetiche dos americanos. Usamos mobiliário da craft art americana, alguns com desenho do próprio Wright.  As outras suítes seguem a decoração da casa, cada uma acentuando uma região ou cidade italiana. Tudo ficou ao mesmo tempo aconchegante e elegante, sem grandes exageros. Fiz com muito carinho sei que o meu Cado vai gostar. Assim espero. As obras foram uma fornalha de euros. Estava ansioso para mostra ao Lipo a pequena fazenda que eu e o babbo criamos para lembrar o nosso pequeno sitio em terras brasileiras. As cocheiras reformadas ficaram mais confortáveis aos animais e aos amantes do hipismo. O Rick ficaria feliz. Fiz com carinho especial pensando nele, no amor que ele tem aos puros sangues. Quem sabe ele se anima a criar aqui belos exemplares, além dos majestosos Andaluzes que o Cado adora?
Circulei por todo o palazzo verificando detalhes que pudessem ter me escapado, circulei pelos jardins e campos junto com o babbo. Realizamos um lindo trabalho. Na próxima estate (verão) começariam a aparecer as cores. Um belíssimo detalhe feito pelo babbo depois que mostrei-lhe fotos dos jardins que Burle Marx criou para uma famosa casa em Petropólis desenhada por Niemeyer. Nesta casa um gramado em xadrez de varias cores.  O Babbo tanto fez que conseguiu criar na orla da estrada que leva a Casa principal e  no seu entorno um engenhoso xadrez de grama de varias tonalidades de verde.  Abracei meu Vecchio querido agradecendo-lhe sua presença e o carinho com que trabalhou. Beijei-lhe as faces rosadas pelo frio. Tudo estava pronto!  Eu tinha ido a Roma comprar enfeites de natal, também bonecos e brinquedos de La Befana, a bruxa boa que distribui presentes segundo as tradições italianas. Esperava agora estarem meus amores presentes para decorarmos juntos os salões e dar uma cara natalina a vila.
Deveria estar mais alegre! Não sei se a falta da mamma ou a distancia do Brasil me fazia sentir um oco imenso. Estava pensativo, neste ano aconteceram coisas em minha vida que mudaram meu destino.
Uma noite o babbo entra na biblioteca em que me recolhi na leitura de Fernando Pessoa. Sentou junto ao divã onde eu estava. Disse.
-Figliolo! Está triste por esses dias, que está acontecendo?
-Não sei babbo. Penso que é saudade. Mas também estou pensando no que farei com minha vida neste ano que se aproxima. Penso na viagem que quero fazer. Penso na mudança de tudo.
-Posso te dar um conselho?
-Se tem alguém que pode me aconselhar é você Vecchio mio!
-Fala com Deus!
-Ele disse que devemos pensar por nós mesmos. Esqueceu do livre arbítrio?
-Sei onde uma parte dele vive. Acho que você deveria visitá-lo. E acho que uns dias sozinho te fará bem. Filho gostaria eu mesmo te dizer-te o que fazer. Mas sou um simples sitiante, um ignorante. Sua vida é bem diferente da minha, suas escolhas são outras. Não sei como te ajudar nas suas decisões financeiras, isso você já mostrou que é melhor que eu. Não sei como te aconselhar nos sentimentos, pois apesar de compreender eu não entendo. Mas sei que você é homem observador e inteligente, você achará as respostas.
-Babbo! Minha vida foi e é pautada nos seus ensinamentos. Entendo que você não entenda minha vida, mas, babbo, te amo mais que sempre apenas por tentar compreender. Vou seguir seu conselho. Onde é mesmo que disseste que mora Deus?
-Sei onde é possível ter uma visão magnifica dele. Vá pra Sicilia. Você vai ver o maior Titã da Europa. O Vulcão Etna, dizem os antigos que dentro deste poderoso vulcão o deus Vulcano e os Cíclopes têm sua forja. Filho você ficará maravilhado com a força da Natureza. Lá Deus  te iluminará com fogo.  Segue meu conselho, senta numa noite em um lugar que possa vê-lo lançar suas lavas no céu estrelado da bela ilha. Às vezes filho para termos a real dimensão do que somos e do que vivemos precisamos ver um colosso em ação.
Olhei o rosto do babbo inflamado por sua convicção, sentia minha mão apertada sobre a dele. Pedi-lhe um abraço.
Ao sair do aperto quente e caloroso de seu peito eu já sorria. Disse-lhe que seguiria para Sicilia na manhã seguinte. E que deixava a casa com ele e que ele por amor de tudo que é mais sagrado se comportasse.
-Fica tranqüilo filho. A tal Principesa sua vizinha me convidou para um chá. Imagina eu! Um anarquista tomando chá com a velha nobreza Toscana?
-Tu não estás pensando em comer a velha né Babbo?
-KKKKKKKKKKKKKKKKKKK, me larga moleque. Cuida de sua vida!
Sorri com ele, eu me lembrava que eu mesmo tracei há uns meses atrás o cavalariço da Princesa. Se o babbo comesse a vecchia ou sua sobrinha casadoira seria uma evolução hierárquica das grandes. kkkkkkkk
Na manhã seguinte acordei cedo como de habito. Fui para academia, agora cheia de aparelhos novos, corri pelos bosques respirando o ar orvalhado com cheiro de verde. Tomei uma ducha. Fiz a prima colazione (café da manha) com o babbo. Pus uma mochila nas costas e peguei o SUV. É mais confortável para a viagem longa e com variação climática que eu faria, além disso deveria levar comigo ferramentas novas que o babbo tinha comprado para sua carpintaria no sitio. Dei um beijo no babbo.
Um sol frio brilhava nos belos campos de Barberino, a estrada estava calma, quase deserta. Em poucos minutos entrei na movimentada auto-estrada que me levaria direto a ponta da bota formada pela península italiana. Ali o movimento era maior.  De vez em quando via no retrovisor um farol característico da macchina (automóvel) fetiche italiana, a Ferrari, segundos depois um relâmpago vermelho cruzava a janela do carro, ouvia-se apesar de fechadas as janelas, o ronco incrível de seus cavalos desdenhando da força do Land Rover que eu dirigia, maior, mais alto,mas que parecia um imenso Jabuti perto das curvas quase eróticas da poderosa maquina feita a mão e coração.
Viajava tranqüilo admirando os campos em tons marrons entremeados por imensos fardos de feno que serviriam de alimento para as criações durante o frio inverno europeu. Ás vezes eu sai da auto-estrada para por curiosidade passar dentro de burgos medievais, ver belas construções antigas que me enchem de orgulho de ser meio italiano, nestes burgos aproveitava para comprar queijos e vinhos de fama. Estava eu quase que atravessando a Itália de norte a sul, teria na volta queijos e vinhos de vários climas e com características únicas de cada região.
Alguns quilômetros mais de auto-estrada e reconheci que estava próximo a Roma ao avistar os primeiros aquedutos, os mesmos construídos pelos romanos antigos. Estes aquedutos levavam e alguns ainda levam água das montanhas para Roma. Passei direto pela capital do antigo Império e segui para Napoli. Uma viagem de mais umas 4 ou 5 horas, mas eu gosto de asfalto me faz sentir livre.
Logo depois do grande anel viário que circunda Roma desliguei o climatizador do carro e abri as janelas. Senti o ar mais quente do centro-sul da Itália.
Nossa como a Itália consegue ser mais Italiana ao sul! É neste ponto cardeal, longe dos grandes centros de arte que exaltam a beleza do Renascimento ideológico e artístico da humanidade que a Itália se transforma na terra de belíssimas praias de azul incrível. De ragazzi galanteadores sempre bronzeados e com gel no cabelo, de ragazzinas sedutoras de ar coquete, de roupas no varal, de cheiro de uva nos campos. Terra de mammas que gritam e riem com suas crias, de almoços na varanda com vinho, brigas e risos.
Terra onde a massa é rainha, onde a pizza que conhecemos nasceu, onde o pomodoro  (tomate) é mais doce, ás vezes dourado como ouro, ás vezes rubro como sangue. Também é o lar das místicas máfias e camorras, organizações criminosas que deram origem a imensas fortunas, sofrimentos, vergonhas e roteiros de cinema.
Cheguei a Napoli no fim de tarde, resolvi dormir num hotel. Os fantasmas que rondam o sitio do babbo ainda me apavoram. São lembranças tristes, também belas lembranças. Num átimo lembrei uma noite enluarada, da mamma no colo do Lipo, de minhas mãos em seus cabelos ralos lhe acarinhando e do Babbo cantando uma bela cançoneta napolitana. Esta noite é uma das mais belas de minha vida. Estávamos nós quatro juntos e felizes. Nada importava naquele momento. Não havia saudade, não havia medo, não havia perda. Estávamos de novo em terra nostra, com as mãos calejadas da colheita e a sensação de dever cumprido com a terra. O sorriso da mamma é algo que nunca vai sair de minha lembrança. Ela olhava o babbo com devoção, nos olhava com uma ternura sem fim. Naquela noite ela me disse com sua voz fraca pela doença que lhe devorava que tudo tinha valido a pena, que ela era muito feliz, e que sempre seria feliz através de seus homens. Que nós três a fizemos a mulher mais feliz da face da terra.
Sonhei com a mamma na cama impessoal do hotel. E ela me levou a um tempo em que eu deitava em seu regaço, sentia seu peito quente me aquecendo a nuca. E ficávamos quietos apenas sendo mamma i figlio.
Acordei com a sensação de que tudo pode dar certo.
Depois dos exercícios e de me alimentar fui ao sitio deixar as encomendas do babbo, passar as ordens que ele havia mandando. Dei uma volta pela propriedade para ver como seguiam os últimos mandados do babbo e segui viagem depois de pegar uma caixa do azeite virgem e perfumado fabricado ali.
Segui mais para o sul já margeando o Mar Mediterrâneo. A brisa salgada me faz bem. Tão perto da Costa Africana eu estava que não pude deixar de pensar na terra que eu tinha deixado para trás. Minha Bahia querida, cheia de cores e sons, de amigos que cantam a cada palavra seu sotaque gentil. Lá somos todos reis, somos brodér. Assim se tratam os amigos. “Meu brodér”,” Meu brodinho”, “Meu rei”,” Minha Pedra”. Os amigos são qualquer coisa que venha anunciado do pronome “Meu”, um meu que quer dizer que é de meu coração. Na Bahia dizemos  “Eu te amo seu porra!”, com a mesma doçura  de um beijo. Lembrei que Bahia não é um estado, Bahia é uma nação! Um estado de espírito e de viver com peculiaridades que são únicas. Lembro-me de um amigo carioca que me visitava.  Estávamos na orla, ele vinha atrás de mim, levantou minha bermuda que estava segura apenas pela curva da bunda. Disse-me que eu estava pagando cofrinho. Eu ri e lhe chamei atenção para as pessoas que passavam em volta. Logo ele viu um belo negro com a bermuda quase no meio da bunda nua. Eu ri e disse-lhe.
-Cofrinho na Bahia, é tudo de bom! Kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Peculiaridades de um povo que inventou seu próprio dialeto e sua maneira de ser feliz. Very normal ver uma pessoa se entupindo de água no trabalho pelo cansaço da noite anterior dançando em algum ensaio de bloco ou festa de largo. E quando você pensa que ele vai descansar depois do batente ele tá te chamando todo animado pra próxima festa! Baianos são ligados no 220 Volts, não acredite na história que são preguiçosos.
Cheguei na pontinha da bota italiana, na pequena Villa San Giovanni.  Podia ter pego um Traguetto ( ferry boat/Barca) em outro porto, mais ao norte,  talvez até mais confortável, mas a viagem em macchina estava tão deliciosa que me decidi a só largar o volante quando fosse cair no Mediterrâneo. Além disso, a viagem é bem menos demorada por mar partindo de San Giovanni. Deixei o carro num estacionamento e aluguei uma lancha veloz.
Cheguei rápido a Messina na Ilha da Sicilia. Aluguei um pequeno Jeep.  Dirigi-me a bela e minúscula cidade de Taormina, encravada no Monte Tauro. Cidade secular, outrora um porto Sarraceno. Agora estava bem perto de meu destino, o Parco Regionale Dell’Etna. 
Passei um delicioso fim de tarde na orla calma de Taormina. Tomei um Campary como que para celebrar a Itália. Na bela varanda que se debruça sobre o pedaço de mediterrâneo que fica entre a Ilha da Sicilia e o Continente europeu conheci um simpático casal de aventureiros franceses que felizes por saber que eu seguiria para o reserva do Etna me convidou para fazer o trajeto em bike assim que cruzássemos a fronteira do Parque Reserva. Falaram que acampariam lá uma noite. Fiquei animadíssimo com idéia. Ofereci-lhes carona no meu Jeep, desde que esperassem eu comprar um saco de dormir e alugar uma  bike antes de partir.
Na manhã seguinte fiz apenas um leve aquecimento dos músculos com uma corrida pela orla pedregosa, pois não tinha a mínima idéia do que me aguardava em termos de esforço físico. Perturbei tanto o recepcionista que ele conseguiu que o dono de uma loja esportiva me abrisse as portas para que comprasse o saco de dormir, tênis de trekking, cantil, lampião, bússola,  comida desidratada e um carregador de bateria de celular movido a corda. Tudo no menor volume possível. Aluguei uma Trek bike que me pareceu bem equipada e forte para agüentar meu peso.
Encontrei o simpático casal na recepção do hotel. Verificamos se tínhamos tudo que precisávamos inclusive a permissão para pernoite no Parque. Eu estava na carona deles. Caso desse problema uma boa propina resolveria o problema. Coisas da Sicilia. Carregamos o Jeep e seguimos sob um céu que não denunciava de forma nenhuma que era inverno não fosse um vento que gelado e umido que soprava de vez em quando. Ás dez horas já estávamos na porta principal a leste do Parque. Descarregamos as bikes. Equipamos-nos com os itens de segurança, conversamos com os guarda-parques sobre o roteiro. Estudamos os mapas e seguimos.  
O Parque é belíssimo, sempre renascendo das cinzas de incêndios provocados ou acidentais. Só para esclarecer. O Vulcão é ativo! Não chegaremos perto dele. Apenas próximo o bastante para sentir sua fúria. Acampariámos bem próximo de uma cabana da guarda florestal, longe o bastante para termos a ilusão de solidão.
Passeamos entre árvores de médio porte. Ás vezes sentíamos cheiro de enxofre quando o vento vinha da direção do vulcão. Nadamos em lago aquecido pelo vulcão. Comemos nossa comida desidratada. Ri muito da forma como os franceses serviam a comida, pareciam que estavam no La Tour D’Argent (caríssimo restaurante francês). Conversando mais com eles pude perceber o porquê! Ele é filho de um banqueiro francês e ela uma Lady da corte de Luxemburgo.  No momento que ela citou a descendência pensei no pobre da Princesa ou sua sobrinha que estava a um passo de ser vitima do touro napolitano que é o babbo. Sorri.
Durante o dia só é possível perceber as explosões do Etna, nada de fazer chão tremer, mas se faz sentir. No fim da tarde montamos acampamento e nos posicionamos para ver o grande espetáculo de Vulcano.
O sol se punha lentamente às nossas costas deixando rosadas as escarpas laterais do monte altíssimo. Via-se feridas causadas por momentos mais violentos do Titã.  Assim que a ultima réstia de luz deixou a abobada rosada celeste, o Etna deu um soluço poderoso lançando alto sua lava que só pode ser vista em toda sua beleza à noite. Com o vento contra nós sentimos um vento que lembrava o Scirocco, um bafo quente em rajada. Meu coração deu um salto de emoção. Nunca tinha visto tamanho poder! Os chiquérrimos franceses me surpreenderam oferecendo-me  um delicioso champange. Como que os putos o manteve gelado?  Brindamos ao Etna!
A cada dois minutos o vulcão lançava lava cada vez mais alto. Ele se exibia na noite escuras, ofuscava as estrelas, com seu brilho intenso e vermelho. Depois segui-se um rugido e outro tanto menor de lava, mas, mais grosso. E isso se repete num ciclo sem fim e é sempre de uma majestade arrebatadora.  Aquilo me tocava tão profundamente que senti meus joelhos se curvarem. Sentei no chão pedregoso. Olhei para o lado e vi as faces do casal que a cada golfada do vulcão ganhava tons vermelhos, quase diabólicos. Também eles estavam em silêncio. Também sentiram a força das forjas de Vulcano. Também eles pareciam ter encontrado respostas.
Não lembro quando tempo ficamos ali, parados, bestificados com o espetáculo da fera que fazia o fogo liquido dançar à nossa frente. Só tirei os olhos bem tarde, quando já não agüentava me sustentar acordado. Deitado depois de ter me unido ao Titã de alguma forma, ou pelo respeito e admiração que ele me causou, eu sentia o chão que deitava vibrar com seu pai.
O Babbo tinha razão! Durante o tempo que fiquei ali observando a força de Deus, da natureza. Eu percebi a pequenez dos homens. Nós que estamos a tão pouco tempo neste planeta e nos julgamos superiores. Diante de tudo aquilo minhas mudanças, viradas, vitórias e perdas ficaram tão pequenas que tudo se tornou fácil e leve.
É verdade! Tinha eu passado por muita coisa! Mas o mundo todo continuava igual na sua incansável transformação. Todo o planeta muda a cada segundo. Seja aqui nesta ilha mediterrânea, seja no Pacifico Norte onde o Kilauea faz crescer o Hawaii. Tudo pode mudar muito rápido! Um simples soluço de outro Titã nas profundezas do Caribe quase fez desaparecer a primeiro país no mundo a abolir a escravidão. O Haiti. Outro soluço destruiu a segurança e civilidade progressista do Chile.  Assim como séculos antes soterrou sem dó o mais belo balneário Sul da Itália, Pompei. 
Estas transformações me mostraram que naturalmente também vou viver revoluções. Que não as mudanças que estão por viver podem não ser planejadas.
Percebi que posso ter deixado uma terra querida, mas tenho outra terra que amo. Percebi que ficarei muito tempo sem ver amigos queridos, mas tenho meu babbo, tenho o Cado e tenho o Lipo e o Léo. Não tenho razão para sofrer como um personagem de conto de fadas. Como uma princesa numa torre. Eu não vivo numa torre! Meu coração é simples ainda, tenho perto de mim tudo que preciso. Sou jovem e posso fazer e refazer tudo que precise ser feito ou refeito. Como posso ter duvidas de que vencerei as saudades se tenho comigo o amor agora mais aprofundado de meu babbo? Tenho a companhia permanente do amor de minha vida que está sempre a estender-me suas mãos e braços carinhosos. Caralho! Moro numa Villa luxuosa que 95% do planeta nunca vê nem em museus. Vivo uma vida que muitos lutam décadas para conseguir. Tenho oportunidades que criei e criarei com a força de minha vontade e meu intelecto. Tenho um mundo inteiro ainda para desbravar, culturas a descobrir, formas novas de ver e viver a vida que ainda não compreendo.
Lembrei-me de Adriano, grande imperador romano. Ele viveu numa época em que os deuses pagãos definhavam e o cristianismo ainda não havia encorpado. Nas suas cartas-testamento que deixou a Marco Aurélio ele exalta seus aprendizados e fala do quanto aprendeu com as perdas. Fala de seu amor por Antínoo. Muitos comparam este amor a linda e erótica estória do amor de Zeus por Ganímedes. Diz a lenda que Ganímedes, um príncipe troiano era um jovem belíssimo. Um dia ele estava pastoreando o rebanho de seu pai quando Zeus o vê. Imediatamente Zeus fica impressionado com a beleza fabulosa do rapaz. Então transforma-se numa poderosa Águia e o rapta com suas garras. O possui em pleno vôo.  Zeus o leva ao Olimpo e causa ciúmes aos outros deuses dando a Ganímedes tarefas que eram deles. Com Adriano a fim foi mais trágico. Antínoo se joga no Nilo e se afoga.  Ao fazer 20 anos ele crê que não possui mais os atributos que são a razão do amor de Adriano. Bem, essa é uma versão! Alguns crêem que Antínoo se oferece em holocausto aos deuses para reverter problemas de saúde pessoal e popularidade que Adriano passa na capital Imperial.
Não que queira me comparar ao sublime Ganímedes ou ao belo Antínoo. Mas Muitas coisas que tenho resolvido em minha vida são em função do amor que eu tenho por Ricardo. Notem que não falo que é por causa do Ricardo pessoa em si, o que a meu ver soaria como idolatria, ou um amor quase feminino coisa que infelizmente nós homens não somos capazes. Falo que é por causa de nosso amor. Amor que me engrandece, me fortalece, me faz melhor.  É construído, alimentado e mantido por nós dois. Ou seja, o que faço por amor, faço por mim também.  
Será que compliquei? Será que estou sendo claro a vocês com quem dividi minha historia  nestes capítulos e meses todos?  Vamos por ponto então:
Sobre o amor feminino:  Ás vezes brinco aqui sobre as mulheres. Mas saibam que apesar de não ser capaz de amá-las mais que eroticamente sou admirador das danadas. Se prestarmos atenção na história da humanidade perceberemos que apesar do sofrimento e lugar terrível que as colocamos elas na verdade sempre governaram o mundo, ou ao menos são co-produtoras muito ativas neste teatro. Pelo simples fato delas terem criado nosso subconsciente. Elas estão nas memórias primordiais de todo ser humano que habita neste planeta. Algumas vezes penso que o machismo infantil dos homens (e de algumas mulheres) é simples medo e negação do poder que elas têm sobre nós. Isso Freud sacou né? Tem jeito não galera!  A buceta é a mãe do mundo! E a primeira coisa que procuramos ao sair de dentro dela, é a teta materna, fonte de alimento.  O resto escrevo como editorial no blog para não virar uma tese de mestrado esse papo aqui.
O Porquê dos Pensamentos:  Os Pensamentos que estavam me deixando encafifado e me trouxeram a orla do Etna, não foram só de saudade e lamurias. São introspecções que me fazem questionar todas minhas ações que me trouxeram até onde estou.Todas elas mesmo! O incesto ainda mantido e sem remorso. Minha fuga da cidadezinha que me criei. O Prostituto que me tornei quando cheguei a Salvador. A descoberta do humano em cada pessoa que me despiu, a visão das ilusões, medos, segredos e travessuras de cada um que dividiu suas fantasias comigo.  Sim foi fácil ser prostituto, difícil foi me dar bem e me manter integro. Inteligente foi ter a sensibilidade para aprender com quem me partilhava comigo e me fazia autor de suas fantasias sexuais.   E sim. Tenho a mais absoluta certeza que poderia ter vencido de outra forma, socialmente ou abertamente mais aceita. Mas tenho a mais absoluta certeza que não teria sido tão divertido, apesar das amarguras e humilhações que sofri às vezes. Ou talvez tenha aprendido muito com elas também.  Depois a vinda do Felipo para junto de mim. A queda do Lipo aos infernos dos vícios. Inferno que acabei visitando na batalha para não perdê-lo, pois, sabia que seria minha culpa se isso acontecesse. Sim seria minha culpa! Eu exercia um oficio que sabia me fazia alvo de coisas más. Fui tolo, fui leviano, achei que tinha super poderes e que o Lipo era herdeiro deles. Depois o amor que me arrebatou de forma tão integral. Primeiro me fez sentir pequeno, insignificante, não digno de quem desejava. Tive sorte de vencer essa batalha, apenas por que aprendi que estava diante de algo muito grande, um sentimento que era maior que eu. Então pisoteie feliz meu orgulho e ego alimentado a grana alta. Um sentimento que somado ao sentimento pelo Lipo me fez parar uma bala. Que romântico! Mas será que foi só por amor que me fiz escudo deles? Ou medo de Ficar só? Será que a mesma coisa?
 Depois a ida para Brasilia, a mistura com a parte feia. O conhecimento do quão cruel pode ser os olhos da ambição, não só pelo dinheiro, mas pelo poder. Aprendi como andar no fio da navalha, ter o pensamento sempre na defensiva, estar sempre pronto para o ataque. Pensar como General e ser Soldado na linha de frente. Modo de ganhar a vida que me fez rico, mas que não me fez bem em nada a não ser poder dizer que um dia que vi o nefasto “Retrato de Dorian Gray” (Pecados) de nossa sociedade.  Não digo isso de forma a me poupar de críticas e censuras, me vitimizar de algum modo. Vocês sabem! Sou astuto e observador, eu sabia o que estava acontecendo, sabia o que estava fazendo. Devo confessar que o cheiro do sucesso, do poder quase me levou para o lado negro da força. Mas tal pecado sei que estou expurgando de mim a cada minuto vivo.
Continuando tudo isso! A perda da mamma, sua morte lenta. Assistir a fragilidade de nossos sonhos, ter a certeza do ditado que promete “Sois pó e ao pó voltarás”  de muitos modos foi uma libertação. Libertei-me vendo a mamma ir aos poucos e mesmo assim estar feliz por saber que é amada e que ama. Isso eu também posso dizer. É pra isso que vivemos.
Houve brigas com o babbo! Com a mamma se despedindo chegava hora de reafirmar quem era o homem da casa. Estava aberta a eleição do novo Macho Alfa.  Dessa vez ele estava sem a fêmea que lhe dava os direitos, e foi obrigado a aceitar que seus filhos não escolheriam uma nova fêmea, que os machos que são suas crias farão suas vidas de outro modo. Agora sem a desculpa de não pensar para esconder tal pecado da mamma, as coisas teriam que ser mais claras ou nos separaria pra sempre. Seus príncipes machos agora independentes o bastante  para dizer não. Para Macho Alfa continuar seu reinado o babbo teria de encarar que seus meninos se amam de forma que é odiosa a muitos. E eu falei a ele com o dedo em riste e voz alta, de uma forma que ele nunca tinha ouvido, despi minhas verdades, mas também disse-lhe de sua importância, do amor que nos inspira. Deve ter feito uma revolução em seus conceitos mais superficiais, mas sei também que com uma alma anárquica como a dele o amor venceria. Foi o que aconteceu. E o Macho Alfa continua lá poderoso e amado! Mas agora tem seus príncipes mais perto que nunca.
Sofri o ciúme imenso do casamento do Felipo. Ciúmes e medo de um casamento sem amor que me tiraria o Lipo e o levaria a um futuro infeliz, ou na melhor das hipóteses acabaria com sua carreira quando fosse assinado o divórcio que era certo.  Mas então tive a surpresa!        Apesar de continuar fazendo loucurinhas, ele cresceu com a ausência da mamma, a anuência silenciosa do babbo. Até a descoberta de que escondi dele por muito tempo a doença da mamma, acabou virando combustível para ele querer ser homem sozinho, e homem sozinho ele viu que Léo o ama. Homem sozinho percebeu que o amo ainda mais, mesmo que ele não tenha de mostrar que sou necessário o tempo todo para cuidá-lo. Como poderia deixar de amar de todas as formas que amo, o irmão, que é alma parte de minh’ alma? E como poderia não amar o homem que me fez homem? Que me fez descobrir os prazeres e poderes do sexo, a força bruta e animal da carne que dividimos e que nos faz homens? Será que nos amamos por sermos espelho? Por nos vermos no outro? Não! Isso seria repetir Narciso. Amamos nossas diferenças principalmente. Amamos a completitude de estarmos juntos.
Decidi que era hora de parar de me preocupar se amo mais o Lipo ou o Cado. É-me impossível. São amores tão iguais e diferentes. Iguais, pois, sei que eu sou para o Lipo como Ricardo é para mim (Porto de paz e amor, tranqüilidade e Paraíso de sentidos), e como num ciclo. Eu sou para o Cado o que Felipo é para minha pessoa (Alegria, desejo, amor e fogo que nunca apaga). Talvez esse triangulo no meu coração é que me faça entender perfeitamente o que sou para um para o outro.
Estou crescendo! Com os trinta anos se aproximando, sei que dissiparei muitas dúvidas a cada ano que passarei vivendo dia após dia. Hoje não me sinto tão velho. Sei que tudo foi rápido demais, intenso pra caralho! Mas, tenho uma nova vida para construir, num mundo diferente.  Novos desafios virão, talvez mais intensos ainda, pois agora a luta pela sobrevivência, (literalmente)  não existe mais. O que fiz e faço de forma tranqüila hoje me mantém seguro e confortável. Não pensar em dinheiro para comer e pagar morada, não ter um trabalho com centenas de famílias que dependem de você fabricando recursos. Não ter a dependência do Lipo que exigia cuidados e temores. Não ter a mamma para sofrer por ela. Vai me fazer viver minha vida por e para mim. Isso tem me feito romper com certezas que eu dava como universais. O tempo para mim mesmo me faz livre e responsável completo por meus atos. O cara que se fez puto para ter educação, dar oportunidades ao irmão e conforto aos pais não existe mais. A primeira parte da grande aventura eu cumpri.  Algo me diz que essa nova guerra é mais feroz. Terei que aprender a conviver com o cara que amo, dividirei diariamente minha rotina com quem estou acostumado a amar confortavelmente, a ver quando chamo ou aceito o convite.
Pode não parecer a vocês que lêem minhas aventuras eróticas quase como se elas acontecessem diariamente. Mas acreditem estou mais tranqüilo. Sério! Sem sacanagem!  Lógico que realizo minhas fantasias, dou minhas trepadas. Mas não sinto mais o impulso insano de seguir o cacete. Acho que eu e o Matteozão estamos chegando num acordo, a cada 3 que ele quer pego 1. KKK.  E tenho que contar que o bote dê certo. Pode não parecer, mas lembrem que predadores erram também. Nunca viram no Discovery?  É que aqui conto os que deram certos, quem leria um conto erótico de tocos homéricos? A máxima continua verdadeira. Uma vez putão sempre putão. Sou cachorrão vira lata e sem vergonha. Mas, agora estou mais seletivo. É rapaziada! Agora prefiro alvos bem difíceis. Isso me distrai e excita. Mas sempre que querem o facinho aqui, eu vou. KKKKKKK
 Enfrentarei finalmente eu mesmo, as minhas vontades e sonhos pessoais. Agora o caminho que devo construir será feito com meus mais íntimos desejos.  E posso adiantar uma coisa! Quero muito não! Quero ser feliz, quero fazer o Cado feliz, quero manter unida minha estranha família só de machos. E um dia. Um dia perfeito.  Vou dar ao mundo um eu melhorado através de um filho. E vou ensinar tudo que aprendi, e vou aprender tudo de novo com ele.
 Depois dessa revigoradora viagem solitária ao interior de mim, de meu próprio vulcão. De ter visto o poder divino da natureza e saber qual o nosso lugar neste planeta.
 Dormi com um sorriso nos lábios e coração sereno cheio de novas vontades, repleto de uma força nova.